Foi esta quarta-feira, aprovado por unanimidade, na Assembleia Legislativa Regional, a criação do Conselho da Diáspora Açoriana, a fim de criar condições para que os Açorianos que vivem fora da Região tenham a possibilidade de participar no projeto açoriano”, frisou Rui Bettencourt, durante o debate de apresentação da proposta, promovendo “políticas de envolvimento dos cidadãos” no desenvolvimento do arquipélago, estejam eles onde estiverem.
Para o Secretário Regional Adjunto da Presidência para as Relações Externas, este é também o momento para “criar um mecanismo que vise o reconhecimento como Açorianos daqueles que, identificando-se com a Região, desejam nela participar”.
“Já todos percebemos que este Conselho da Diáspora Açoriana não é um simples conselho consultivo”, frisou o governante, sublinhando que “este é um Conselho onde se pretende envolver no desenho dos Açores, do futuro dos Açores, todo o nosso povo espalhado pelo mundo”, salientando que a existência de mais de 1,5 milhões de Açorianos no mundo, “com uma identidade própria”, constituindo “uma das mais expressivas diásporas”, já que são quatro a seis vezes mais Açorianos a viver fora do arquipélago do que na Região.
“A realidade, igualmente, é que esta diáspora açoriana no mundo, em particular nos EUA, no Canadá, na Bermuda, no Brasil, caracteriza-se pela sua presença, influência, afirmação, e mesmo liderança, em áreas tão diversas como na economia, no empresariado e na criação de riqueza, na atividade académica, na política, na ciência, na tecnologia, na inovação e na investigação, na cultura, na intervenção social”, afirmou Rui Bettencourt.
“Estes Açorianos da primeira geração, mas igualmente filhos, netos e bisnetos, em alguns casos descendentes de Açorianos de quinta ou sexta geração, todos são portadores da Açorianidade no Mundo e sentem-se e são tão Açorianos como nós”, afirmou, sublinhando a “curiosidade e entusiasmo pelas raízes açorianas” que sentem os jovens da diáspora.
O Secretário Regional considerou ainda que se vive “um momento extraordinário, porventura único” numa caminhada de 600 anos de história dos Açores e de 400 anos de emigração, que se traduz em “400 anos de difusão da Açorianidade no mundo e mais de 40 anos de Autonomia”.
O Conselho da Diáspora Açoriana será constituído por 33 conselheiros, dos quais dois terços são membros da diáspora, sendo 19 conselheiros eleitos pelos Açorianos no mundo, e menos de um quarto são membros do Governo e da Administração Púbica regional, salientou Rui Bettencourt, acrescentando que os conselheiros a eleger pelos açorianos da diáspora estão distribuídos por áreas geográficas “onde a presença açoriana é mais expressiva”.
Rui Bettencourt disse ainda que tem consciência dos desafios para a divulgação e explicitação deste Conselho da Diáspora, que obrigará a efetuar “trabalho de terreno”, para o qual conta com “uma forte implicação de todos”, acrescentando que estarão envolvidas mais de 1.000 instituições parceiras do Governo dos Açores nesta “estratégia de afirmação dos Açorianos da diáspora”.