Após o pré-aviso de greve, enviado a semana passada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), ao Conselho de administração da SATA, Paulo Menezes considera haver condições para continuar o diálogo com o SNPVAC, desde que não seja posta em causa a recuperação financeira da empresa.
O Presidente do Conselho de administração da SATA afirmou esta terça-feira, que está, “como sempre esteve, disponível para dialogar e encontrar as melhores soluções para a empresa e para os trabalhadores e que as questões que são invocadas no referido documento, desde que não impliquem aumento de custos e não ponham em causa a recuperação financeira da empresa, bem como estejam de acordo com a legislação em vigor podem ser, como algumas já estão, resolvidas. Para tal, é fundamental que este diálogo se faça num clima que não pode estar condicionado por um pré-aviso de greve”.
A companhia revelou entretanto que os pré-avisos de greve, agendados para os dias 01 e 2 de maio, “estão a prejudicar, e muito”, as vendas das empresas do Grupo SATA, “comprometendo seriamente o percurso de recuperação que tem vindo a ocorrer”.
Por outro lado o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil afirma que foi a empresa quem provocou a rutura de diálogo ao não cumprir o previsto na Lei, no Acordo de Empresa e nos Protocolos assinados entre as partes, e “exorta a companhia aérea a cumprir integralmente a Lei e tudo o que está assinado entre as partes, pois só havendo esta demonstração de boa-fé da SATA é que poderemos aceitar retirar o pré-aviso de greve”, dizem em comunicado.
O SNPVAC estranha ainda “que só agora, depois de meses a exigirmos o cumprimento da Lei, do Acordo de Empresa e dos protocolos assinados, o Presidente da SATA venha referir que só há condições para dialogar desde que não seja posta em causa a recuperação financeira da empresa, quando foram as suas próprias decisões que obrigaram o Sindicato a tomar uma posição mais firme na defesa dos direitos dos Trabalhadores”, e lembra que “foram também as más decisões das sucessivas administrações, nomeadas politicamente e sem qualquer experiência no sector da aviação, que nos colocaram na situação em que hoje estamos”.
A esse respeito questionam “ o porquê da SATA Internacional não ter optado por aumentar a frota de longo curso para poder aumentar número de frequências nas rotas que já opera, tal como a TAP Portugal decidiu fazer, ficando em concorrência nas rotas que eram operadas exclusivamente pela SATA Internacional”, considerando a potencialidade das rotas, tanto que a “TAP Portugal já informou que irá passar a ter voos diários para Toronto, Montreal e Oakland”.
O Sindicato relembra que para as mesmas datas está agendada greve na SATA Air Açores, reiterando que esta “é uma tomada de posição “de todos os Tripulantes de Cabine do Grupo SATA, devido aos reiterados incumprimentos da Empresa”, e salienta o facto de Paulo Menezes não ter referido a greve regional seja a “possibilidade de várias ilhas do Arquipélago dos Açores virem a não ter voos de serviço mínimo e por isso ser, no mínimo, incómodo ter que responder sobre isso”, condenando “veemente” o SNPVAC a posição do Conselho de Administração da SATA, “que ontem rejeitou liminarmente a solução proposta pelo Sindicato para os serviços mínimos na SATA Air Açores, que acautelava, tal como explanado no pré-aviso de greve entregue no passado dia 12, a possibilidade da companhia aérea realizar duas descolagens e duas aterragens em São Miguel e Terceira, e uma descolagem e uma aterragem nas restantes ilhas do arquipélago dos Açores”, não ficando assim acauteladas, em período da greve agendada, o direito à mobilidade.
Sem entendimento à vista, continua em cima da mesa o pré-aviso de greve, solicitando para já o SNPVAC que o Conselho de Administração da companhia”reponha a verdade sobre a greve na SATA”.
Açores 24Horas