O presidente do Conselho de Ilha das Flores identificou hoje como preocupações a apresentar ao Governo dos Açores as obras nas infraestruturas portuárias que estão a ser requalificadas devido aos estragos provocados pelo furacão Lorenzo.
“As nossas preocupações têm a ver com as obras no porto comercial das Flores, na vila das Lajes. Queremos que fique clarificado se, com a construção da ponte-cais, vai ou não vai ser construída a rampa ‘rol-on rol-off’”, afirmou José António Corvelo à agência Lusa.
O Governo dos Açores (PSD, CDS-PP, PPM) vai iniciar no domingo uma visita estatutária à ilha das Flores, onde se vai reunir com o Conselho de Ilha, entre outras iniciativas.
O porto das Lajes das Flores, principal infraestrutura para o abastecimento da ilha, está a ser reconstruído após ter sido destruído pela passagem do furacão Lorenzo em outubro de 2019.
O presidente do organismo realçou que aquela rampa (projetada para cargas e descargas rápidas) é “fundamental” para as viagens de passageiros.
A 02 de outubro, o secretário dos Transportes do Governo dos Açores, Mota Borges, disse à Lusa que a ponte-cais do porto das Lajes das Flores vai ficar concluída “até finais de novembro”, dois anos após a passagem do furacão.
José António Corvelo afirmou que o Conselho de Ilha das Flores está “preocupado” com o concurso de transporte marítimo de passageiros e de viaturas, que não incluiu aquela ilha do grupo Ocidental dos Açores.
“Também nos preocupa o concurso público do transporte marítimo de passageiros e viaturas que não contemplou as Flores. A ilha ficou de fora dessa rota. Um concurso público que é de três anos”, acrescentou.
O responsável disse ainda querer saber o “ponto de situação” do porto das Poças, em Santa Cruz, também afetado pela passagem do Lorenzo.
“Queremos saber no porto das Poças, em Santa Cruz, quando é que arranca a segunda fase. É uma obra estruturante para a ilha”, assinalou.
José António Corvelo também elencou “preocupações” relativas à perda da população da ilha, que provoca “muita falta de mão-de-obra”, e às dificuldades nos cuidados de saúde, reivindicando “melhores acessibilidades” para as “consultas de especialidade fora da ilha”.
Corvelo realçou ainda que o Conselho de Ilha só teve conhecimento da visita do Governo Regional “há dois dias”.
“Fomos contactados no dia 10 de novembro, há dois dias apenas, a informar que o Governo vinha às Flores de 14 a 16. Ou seja, por este calendário, se não nos tivéssemos precavido, dificilmente teríamos tido oportunidade de reunir”, afirmou, acrescentando que as reivindicações foram elaboradas na reunião ordinária de outubro.
O Conselho de Ilha é um órgão consultivo do Governo dos Açores composto pelos presidentes das câmaras e assembleias municipais da ilha, por quatro membros eleitos por cada assembleia municipal, por três presidentes de junta de freguesia e um representante do Governo Regional (sem direito a voto).
No conselho, têm ainda assento dois representantes do setor empresarial, dos movimentos sindicais e das associações agrícolas.
Têm ainda direito a um representante as Instituições Particulares de Solidariedade Social, as associações ambientais não governamentais e as associações de defesa da igualdade de género nas ilhas em que estas tenham sede.
Lusa