Quatro anos depois do Governo Regional ter adquirido a maioria do capital social da Fábrica de Santa Catarina, na ilha de São Jorge, Açores, a conserveira continua a dar prejuízo.
De acordo com o relatório de contas de 2012 daquela empresa, a que a Lusa teve acesso, a fábrica de conservas registou um saldo negativo superior a 2,8 milhões de euros no ano passado, embora tenha registado, no mesmo período, um dos maiores volumes de negócios de sempre: 6,3 milhões de euros.
Apesar da crise e da retração no consumo, as vendas de conservas em Santa Catarina aumentaram quase 30%, em comparação com 2011, mas os resultados financeiros da fábrica não acompanharam a mesma tendência.
A administração da fábrica – detida maioritariamente por capitais públicos – alega que o preço elevado do bonito (a espécie de atum mais procurada pelas conserveiras), fez aumentar substancialmente os custos de produção, tendo em conta as poucas capturas registadas nos mares da região.
Segundo o mesmo relatório, a restrição ao crédito e o aumento dos preços do azeite refinado e do petróleo, inviabilizaram qualquer possibilidade de lucro na empresa.
O saldo negativo de 2,8 milhões de euros, na gestão de 2012, fez aumentar o passivo da Fábrica de Santa Catarina, que passou de 8,5 milhões em 2011, para 10,5 milhões no ano passado.
O volume de dívidas da conserveira voltou a registar uma evolução negativa, anulando o esforço efetuado pelo Governo, que entre 2010 e 2011, tinha conseguido reduzir o passivo da empresa em cerca de 5 milhões de euros.
O revisor oficial de contas concluiu, após a apreciação do relatório de contas de 2012, que a Fábrica de Santa Catarina continua “dependente da obtenção do apoio financeiro do acionista”, e considerou existir “um risco de recuperabilidade dos fundos disponibilizados”, tanto atualmente, como no caso de uma eventual privatização.
A Fábrica de Santa Catarina emprega cerca de 130 pessoas e produz anualmente mais de 7 milhões de latas de conservas, que são exportadas para a Europa e para o mercado nacional.
Lusa