A conserveira Santa Catarina, na ilha de São Jorge, Açores, vai ser consignada pelo Governo Regional a privados em 02 de agosto, revelou hoje o presidente do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM.
“A 02 de agosto, volto aqui para falar do futuro. Será feita a consignação da exploração. Vamos estar atentos à concessão, necessária para garantir uma melhoria de gestão, devido à herança que este governo herdou”, disse José Manuel Bolieiro aos cerca de 90 trabalhadores hoje presentes na fábrica, que emprega perto de 140 pessoas, das quais 109 mulheres.
O chefe do executivo açoriano explicou que, perante o passivo de 22 milhões de euros, o Governo decidiu “não desistir” da empresa, antes optando por mantê-la, tal como os postos de trabalho, entregando a gestão a privados.
“A resposta foi estar ao lado dos trabalhadores, para manter os empregos e a marca. Não estamos indiferentes à vossa vida, estamos solidários com o vosso futuro”, observou.
De acordo com o presidente, “o Governo não ignora a herança” recebida, mas está “de olhos focados no futuro” da conserveira.
Em maio, foi assinado o contrato de exploração a privados, que pressupõe o pagamento de um montante não inferior a sete milhões de euros repartidos por 10 rendas anuais.
O contrato foi assinado entre a Lotaçor (Serviço de Lotas dos Açores), a sua subsidiária Santa Catarina e a SCA – Sociedade Conserveira Açoriana, LDA – empresa constituída pelo agrupamento concorrente vencedor para a exploração da atividade fabril, constituído por Rogério Veiros e a Freitasmar.
Construída em 1940, a fábrica de atum Santa Catarina está instalada na Fajã Grande, na Calheta, ilha de São Jorge, e tem 140 trabalhadores que o privado se comprometeu a manter.
Em 2008, o Governo Regional, liderado pelo PS, anunciou a decisão de comprar a fábrica de conservas Santa Catarina para evitar o desemprego de mais de uma centena de trabalhadores, mas a unidade continuou a enfrentar dificuldades.
O atual Governo dos Açores revelou em fevereiro que vai assumir a dívida bancária da conserveira Santa Catarina, num valor superior a 6,6 milhões de euros, segundo um despacho publicado em Jornal Oficial.
Lusa