Após um ano da anunciada certificação civil do denominado Aeroporto das Lajes, o Grupo
Parlamentar do CDS reuniu, esta quinta-feira, com a Direção da Aerogare Civil das Lajes, com o intuito de se inteirar da implementação da certificação e de apurar os constrangimentos que ainda se verificam nas operações aeroportuárias.
Para o Presidente do Grupo Parlamentar do CDS, Artur Lima, é insólito que a “ilha Terceira seja a única ilha que não tem um aeroporto, mas uma aerogare”, relembrando que há um ano atrás, “aquando da alegada certificação, estava previsto a mudança de designação para “Aeroporto Internacional das Lajes”, o que ainda não se verifica, com consequências visíveis na promoção externa da certificação civil”.
Quanto às escalas técnicas, Artur Lima salientou que, um ano depois, “houve uma diminuição das escalas técnicas nas Lajes”, porque “continuam a ser colocados diversos entraves a que a aviação privada e comercial possa escalar esta aerogare”, sendo que, sem que se compreenda, a “autorização é negada, umas vezes pela SATA, outras vezes pela Força Aérea Portuguesa”.
Outro problema que não teve solução foi o abastecimento dos aviões com passageiros a bordo.
Segundo o Presidente do CDS, “este é o único lugar onde isso não é possível isso acontecer, devido a uma interpretação restritiva dos procedimentos definidos pelo Instituto Nacional de Aviação Civil”.
“É óbvio que normalmente o abastecimento é feito sem passageiros a bordo. Contudo, durante as escalas técnicas, que são situações excecionais, o abastecimento deve ser realizado com passageiros a bordo, desde que se cumpra com as normas em vigor. Trata-se de um constrangimento desnecessário que afasta as escalas técnicas da ilha Terceira, com evidentes repercussões negativas na importância desta estrutura aeroportuária no contexto regional”, considerou.
Para Artur Lima, “é inconcebível e inaceitável que uma companhia aérea tenha pedido autorização para fazer escala técnica nas Lajes com um Airbus A380, o maior avião de passageiros do mundo e até à data essa autorização ainda não tenha sido dada, alegadamente devido à envergadura da asa do avião, o que não se compreende, quando sabemos que o maior avião de carga do mundo opera nas Lajes”.
“O que nos parece é que em vez da certificação civil do hipotético aeroporto, o que se está a passar é um processo de militarização da Aerogare Civil das Lajes”, concluiu.