Construção do navio de investigação dos Açores dentro do prazo e sem derrapagens – Governo

A construção do navio de investigação dos Açores decorre “dentro do período programado, sem derrapagens” e deverá ser lançado à água no final deste ano, avançou hoje o secretário regional do Mar e Pescas.
“Posso afirmar que saímos daqui satisfeitos, porque o navio vai entrar na quarta fase de construção, está com o período programado e está a ser feito sem derrapagens, com o desenvolvimento que estávamos à espera. Está a correr tudo bem”, afirmou, em declarações à agência Lusa, o secretário regional do Mar e Pescas, Mário Rui Pinho.
O governante falava após ter visitado os Estaleiros Armon, em Vigo (Espanha), onde decorrem os trabalhos de construção do navio, orçado em cerca de 20 milhões de euros e que está a ser construído ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Estamos bastante satisfeitos com aquilo que vimos, porque é um investimento muito significativo de cerca de 20 milhões de euros. E, é bom que este tipo de investimento corra da melhor maneira”, vincou o governante.
A visita de Mário Rui Pinho a Vigo surge depois de, no ano passado, o Presidente do Governo, José Manuel Bolieiro, ter assinalado, na cidade espanhola, a formalização contratual do auto de início de construção do navio de investigação.
Segundo o secretário regional do Mar e das Pescas, prevê-se que o navio seja colocado no mar em novembro ou dezembro de 2024, na quinta fase de construção, e estima-se que o mesmo seja entregue à região em 2025.
“Esta visita tem também por objetivo começar a planear, no âmbito do ‘cluster’, a operacionalização deste navio, porque a embarcação em 2025 será entregue à região e é preciso começar a operá-la e definir qual o modelo de gestão que queremos para o navio, daí que viemos com a equipa da secretaria que está a trabalhar nessas áreas para se inteirar das capacidades técnicas do navio”, adiantou ainda à Lusa.
Mário Rui Pinho destacou que se trata de “um navio muito polivalente” e com uma capacidade tecnológica “muito avançada para mapeamento dos fundos marinhos”.
E, acrescentou o governante, “esta capacidade tecnológica requer da parte do Governo alguma atenção para se aferir a forma como vamos operá-lo e tirar o máximo proveito das capacidades que o navio tem”.
“O Governo Regional dos Açores tem uma estratégia para o mar onde os objetivos dessa estratégia passam pela afirmação da Autonomia da Região. E o reforço da Autonomia faz-se muito com o conhecimento científico e, sobretudo, com o conhecimento científico do nosso mar. E, portanto, as plataformas móveis são um meio para conseguir esse objetivo”, vincou.
O navio de investigação científica multidisciplinar tem como objetivo capacitar a região de uma plataforma tecnológica de acesso ao mar profundo do Atlântico Nordeste central e, em especial, da Zona Económica Exclusiva do Arquipélago, segundo o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM).
A nova plataforma de investigação terá os mais modernos padrões tecnológicos em termos de capacidades e de equipamentos e, complementarmente, terá um elevado desempenho energético.
O navio será registado no Registo de Bandeira Português como navio de investigação, com a lotação mínima de 20 pessoas para navegação global, excluindo as zonas com gelo, dez tripulantes técnicos e dez tripulantes científicos. Adicionalmente, o navio terá lotação para um mínimo de 30 pessoas embarcadas em viagens diárias.
O novo navio de investigação terá capacidade para atuar, entre outras, em áreas como o mapeamento dos fundos marinhos (batimetria com base em equipamentos acústicos), prospeção e exploração biológica de organismos com aptidão biotecnológica, apoio ao desenvolvimento de tecnologias de produção de energias renováveis ‘offshore’ ou formação de ativos no âmbito da Escola do Mar dos Açores.
Entre outros equipamentos, terá um equipamento acústico eletrónico que maximizará o potencial de investigação da plataforma até uma profundidade de, no mínimo, cinco mil metros.
Com 45,95 metros de comprimento e 10,5 metros de boca, o navio terá uma autonomia de 15 dias, dispondo de propulsão diesel elétrica.
Incluirá camarotes correspondentes à sua lotação máxima, sala de aulas, laboratórios (seco e húmido) e centro de dados.

 

 

Lusa

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