“Compreendemos que o exercício da greve é um direito que assiste aos trabalhadores, mas aquilo que julgo que deve ser também um dos aspetos a trazer para este processo é um apelo à consciência de todos e de cada um dos trabalhadores do Grupo SATA”, afirmou Vasco Cordeiro.
“Nós nos Açores temos a situação que temos, vivemos a situação que vivemos, estamos sujeitos desde logo a esta austeridade que nos vem do Governo da República e em concreto da lei do Orçamento do Estado e aquilo que resta, depois de explanados os argumentos que assistem a cada uma das partes, depois de ditas as razões que assistem a cada uma das partes, é exatamente este apelo à consciência de todos e de cada um dos trabalhadores do Grupo SATA”, insistiu.
O presidente do executivo açoriano sublinhou o impacto na economia da região se a paralisação se concretizar e destacou que a greve afeta também “muitos trabalhadores” para além daqueles que pertencem ao Grupo SATA.
“Para terem em conta a importância que os eventos que são afetados pela greve têm para a nossa economia para muitos e muitos postos de trabalho que não são apenas os postos de trabalho do Grupo SATA, esta greve afeta muitos e muitos postos de trabalhos, muitos e muitos trabalhadores”, disse.
As datas da greve (23, 24 e 25 e abril e 02, 03 e 04 de maio) coincidem com dois dos eventos que levam mais pessoas ao arquipélago durante o ano: o rali dos Açores e as festas do Santo Cristo, na ilha de São Miguel.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) entregou a 9 de abril à administração da SATA o pré-aviso de greve que confirma a paralisação em seis dias.
Do pré-aviso consta também “a garantia de que os serviços mínimos e os voos de emergência serão assegurados” durante a greve.
“Não queremos prejudicar ninguém, muito menos os açorianos. Procuramos apenas a igualdade de direitos entre os trabalhadores do continente e os insulares. Estão garantidos os serviços que consideramos serem os mínimos e indispensáveis para evitar qualquer tipo de isolamento, mas temos de vincar a nossa posição”, sublinhou na altura Bruno Fialho, diretor do SNPVAC, através de um comunicado.
O sindicato já havia anunciado no início deste mês a decisão dos tripulantes de cabine de avançarem para a greve na transportadora aérea açoriana SATA, tendo os pilotos anunciado depois a sua adesão.
A greve deve-se à não aplicação na SATA do memorando de entendimento celebrado entre o Governo e a TAP, que evita os cortes salariais médios de 5%.
Recentemente, o secretário regional do Turismo e dos Transportes dos Açores, Vítor Fraga, reiterou que o Governo Regional “não vai dar nenhuma indicação ao conselho de administração da SATA para cometer uma ilegalidade” e assim evitar greves na companhia aérea.
Lusa