Apesar de ter escalado um lugar no mapa da Europa em 2011, ao conquistar o 18.º posto, Portugal continua apenas à frente de Malta, Itália, Grécia e dos países do Leste.
A estagnação relativamente à pontuação alcançada em 2010 – subiu uma décima de 6.0 para 6.1 numa escala em que 10 significa livre de corrupção e zero altamente corrupto – espelha a falta de progressos na forma como o país é percepcionado no que concerne à corrupção.
“A falta de resolução de mega processos que envolvem políticos e homens de negócios também não tem favorecido uma melhoria das percepções externas sobre o combate à corrupção”, justificou Luís de Sousa, presidente da Transparência e Integridade, representação em Portugal da organização não governamental, ao frisar que “Portugal não tem conseguido desmarcar-se da má imagem do funcionamento do seu sector público”.
Segundo refere o responsável, “tudo isto tem consequências para o clima de negócios do país” e Portugal “tornou-se menos atractivo para o investimento externo de qualidade e sustentável e mais exposto a investidores sem escrúpulos que procuram ambientes de negócios impregnados de práticas de corrupção, clientelismo e fraca fiscalização, possibilitando a lavagem de dinheiros com proveniência duvidosa”.
“Isto mostra de forma gritante que a corrupção é uma das principais causas da dívida pública que nos obriga, e a tantos países europeus, a tão duros sacrifícios”, concluiu o vice-presidente da organização em Portugal, Paulo Morais.
A Transparência Internacional é uma organização não-governamental que tem como principal objectivo a luta contra a corrupção. Foi fundada em Março de 1993 e tem sede em Berlim. É conhecida pela produção anual de um relatório no qual se analisam os índices de perceção de corrupção no mundo.