Coruja-das-neves é o primeiro hóspede do centro de reabilitação de aves do Pico

coruja das nevesOs Açores têm um segundo centro de reabilitação de aves selvagens, localizado na ilha do Pico e onde está já em recuperação uma coruja-das-neves, recolhida nas Flores com diversas mazelas que a impedem de voar.

O Centro de Reabilitação de Aves Selvagens do Pico foi hoje oficialmente inaugurado pelo secretário regional do Ambiente, Neto Viveiros, e junta-se ao que já existe no Corvo há cinco anos, onde até agora foram tratados 30 animais de diversas espécies, oriundos de diversas partes do mundo.

Por causa da sua localização, os Açores são o local preferido de diversas espécies marinhas de aves para nidificar, como acontece com 70% da população mundial de cagarros. Além disso, acabam por ser porto de abrigo acidental para outras espécies de aves que estão em migração entre continentes que, por problemas ou desorientação, acabam por pousar nas ilhas.

Neto Viveiros explicou que a coruja que está a ser tratada no Pico veio da América do Norte, de regiões frias.

A ave está sem as penas da cauda e por isso não consegue voar. Esteve no centro da ilha do Corvo, mas as penas não voltaram a crescer, como é normal, pelo que foi transferida para o Pico, onde uma veterinária colabora com o novo centro, podendo a ave ter um melhor e mais próximo acompanhamento.

O centro do Pico ainda não está concluído, já que falta o “túnel de voo”, onde as aves recolhidas podem exercitar-se para poderem prosseguir as suas viagens, segundo disse Neto Viveiros.

Os Açores vão construir um terceiro centro destes, na ilha de São Miguel, que deverá estar a funcionar no início de 2016, ficando assim todos os grupos do arquipélago com uma estrutura destas.

Neto Viveiros explicou que as aves selvagens recolhidas nestas situações sempre foram cuidadas e reabilitadas, por técnicos ligados a diversos serviços da Secretaria Regional do Ambiente. No entanto, estes centros têm condições que permitem que esse trabalho seja feito em melhores condições, acrescentou.

O governante açoriano destacou ainda que estes centros têm também algumas vantagens e utilizações a nível científico.

Quem encontrar uma ave debilitada nos Açores deverá contactar os diversos serviços da Direção Regional do Ambiente ou dos Parques de Ilha, para que o animal seja recolhido, tratado e depois libertado.

 

Lusa

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