O presidente da Câmara do Corvo, Manuel Rita, confirmou à Lusa que o avião da SATA disponibilizado pelo governo regional aterrou na ilha ao início da tarde com um carregamento de produtos de primeira necessidade, o que permitiu reabastecer a população, que já começava a sentir a falta de alguns bens essenciais.
Devido ao mau tempo, o Corvo estava sem ligações marítimas com a vizinha ilha das Flores durante cerca de duas semanas, o que provocou uma ruptura nas reservas de leite e derivados, farinha, frutas e outros produtos frescos.
O procedimento de contingência accionado pelo executivo regional permitiu reabastecer a ilha, onde vivem menos de 500 pessoas, com bens de primeira necessidade, mas os corvinos continuam sem gás butano e sem combustíveis líquidos.
O navio que habitualmente assegura o transporte de mercadorias entre as duas ilhas do Grupo Ocidental saiu hoje das Flores mas teve que fundear ao largo do Corvo, devido à agitação marítima que o impede de entrar no pequeno porto.
Segundo Manuel Rita, as condições do mar “não permitem a operação do navio”, pelo que os habitantes do Corvo vão ficar mais algum tempo privados de gás, gasolina e gasóleo, produtos que não podem ser transportados por via aérea.
A ruptura nas reservas de produtos essenciais e de combustíveis é recorrente no Inverno, devido ao natural agravamento das condições climatéricas, que dificulta as ligações aéreas e marítimas com a ilha.
O presidente da autarquia anunciou hoje, em declarações à Lusa, um projecto para a aquisição de 200 painéis solares, que serão instalados em todas as casas da ilha, o que permitirá reduzir a dependência energética do Corvo em relação ao exterior.