A informação é da Central de Responsabilidades de Crédito, e os mais de 627 mil incumpridores correspondem a uma percentagem de 13,7% do total de mais de 4,5 milhões de pessoas com empréstimos bancários. A percentagem até já foi maior no início do ano, quando atingiu os 14,2%.
A maioria destes devedores está no segmento do crédito ao consumo, onde 15% dos titulares de empréstimos se encontrava em incumprimento em Junho, um rácio que tem vindo a subir. Tendência inversa verifica-se no crédito à habitação, onde apenas 5,5% dos titulares apresentava crédito vencido. Nesta situação estavam cerca de 121,5 mil pessoas. Já no crédito ao consumo, os dados do Banco de Portugal mostram que 571 mil particulares estavam em incumprimento. Destaque ainda para a elevada percentagem, de 24,7%, dos empresários em nome individual que falharam os pagamentos, um universo de mais de 120 mil pessoas.
Mais Malparado até 5 mil euros
Os dados do banco central revelam igualmente o número de empréstimos por valor e a respectiva percentagem de incumpridores. A maioria dos empréstimos concedidos no segmento das famílias, cerca de 22%, situa–se entre os 5 e os 25 mil euros, onde há pouco mais de um milhão de devedores. Seguem-se os créditos atribuídos com montante entre os 50 mil e os 100 mil euros, (19,8%), níveis que estão relacionados com habitação. Com empréstimos superiores a 200 mil euros existiam em Junho quase 174 mil pessoas, o que corresponde a 3,8% do total.
Porém, a maior percentagem de incumpridores verifica-se no segmento entre os mil e os 5 mil euros, onde 19,2% dos titulares de empréstimos estavam em situação de malparado. No total, os empréstimos de mil a 5 mil euros valem 14,3%. Este segmento está sobretudo associado ao crédito ao consumo.
Ainda assim, a percentagem de clientes em falha nos segmentos com valores mais altos ultrapassa os 11%. Nos créditos mais elevados, superiores a 200 mil euros, o grau de incumprimento chega a 14% do número de devedores, um segmento que envolve quase 25 mil pessoas.
Segundo o Banco de Portugal, o crédito a particulares atingia em Junho 155 mil milhões de euros, dos quais 98,7% eram ao segmento familiar. Cerca de 78% do crédito concedido destinava–se à compra de habitação. O rácio de crédito vencido nos particulares era de 3,2%, o que corresponde a quase 5 mil milhões. Aqui o maior rácio de malparado, de 7,9%, está no consumo.
Os números fazem também um retrato do crédito por regiões e mostram que Lisboa apresenta o maior número de habitantes, em relação a população com mais de 18 anos, com empréstimos. Em malparado, o Grande Porto apresenta o maior rácio por valor, 3,7% do montante de crédito concedido. A excepção é no crédito ao consumo, em que o grau de incumprimento é maior na Madeira, atingindo os 9,3%.
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