O açoriano Vitor Pereira comprou o primeiro casal de papagaios há 20 anos e tem-se dedicado à criação destas e outras aves, tendo alcançado o reconhecimento internacional em 2010, quando recebeu o prémio de campeão do mundo na categoria catatuas.
“Realmente quando nasceu aquele pássaro fiz um comentário com os meus colegas da associação: tenho ali uma ave que é diferente das outras. É mais bonita, tem melhores características físicas e deve ser uma belíssima ave para exposição”, afirmou à Lusa Vitor Pereira, que foi galardoado há três anos numa competição mundial que decorreu em Matosinhos.
Vitor Pereira é um dos 472 sócios da Associação de Avicultores de S. Miguel, nos Açores, entidade que organiza de hoje a domingo em Ponta Delgada mais uma edição da ExpoAves, que reunirá criadores regionais, nacionais e várias espécies de pássaros.
Segundo explicou Vitor Pereira, cabe a cada juiz avaliar as características físicas das aves que concorrem por categorias neste género de competição para lhes atribuir uma pontuação.
“No ano anterior [2009], numa exposição em S. Miguel, a ave [premiada em Matosinhos] tirou 95 pontos. É o máximo que algum juiz atribui. Como havia o mundial em Portugal aproveitei para ir”, recordou Vitor Pereira, acrescentando que a catatua com que ganhou a medalha de ouro foi, entretanto, vendida a uma senhora da ilha de Santa Maria “que a trata muito bem”.
A catatua é um tipo de papagaio de origem australiana e indonésia, que se diferencia pelo penacho de penas brancas ou coloridas no cimo da cabeça, que colocam para trás ou endireitam em forma de leque, conforme sentem alegria, ansiedade ou fúria, sendo que o seu preço de venda pode atingir os 1.300 euros ou mais.
Neste momento, o criador açoriano tem em casa seis catatuas (três casais de três espécies distintas), para além de muitas outras aves exóticas, como o mandarim, um pequeno pássaro com que vai participar este ano no concurso da ExpoAves, que decorre em Ponta Delgada desde 1980.
“São aves exóticas pequenas que também tenho. Eu inscrevi nove mas tive o azar de aparecer uma muda precoce. O tempo ficou diferente”, disse Vítor Pereira, que não alimenta grandes esperanças de conquistar nenhum prémio desta vez.
O criador açoriano vai, ainda, levar para este evento um casal de catatuas, mas só para exposição, uma vez que a fêmea já não tem idade para participar em concursos e o macho foi comprado a outro criador.
As catatuas podem viver 30 a 75 anos, medir 35 a 70 centímetros e falar, como fazem os papagaios de Vitor Pereira, sendo que um deles aprendeu a chamá-lo de pai.
“A procura por este tipo de animais é agora muito menor do que há dois anos. Quando se tem muitas aves como eu torna-se um pouco dispendioso. Por mês tenho de comprar três sacas de ração e muita fruta para as alimentar”, disse Vitor Pereira, admitindo que os prémios e as exposições são “um estímulo” para continuar com este ‘hobby’.
Lusa