O impacto da discriminação salarial na pobreza é também salientado no documento da OIT, que refere estudos que mostram que sempre que é eliminada a discriminação laboral com base no sexo, a percentagem de pessoas em situação de pobreza tende a diminuir cerca de 10 por cento.
“Um estudo da União Europeia mostra que, apesar das taxas de emprego muito baixas das mulheres que vivem em agregados familiares de baixos rendimentos, a eliminação da discriminação salarial das mulheres trabalhadoras reduziria substancialmente a pobreza na maior parte dos países da União Europeia”, diz o relatório.
Para a OIT “há uma ligação essencial entre erradicação da pobreza, emprego e igualdade” e a crise veio aumentar a vulnerabilidade de muitos trabalhadores e trabalhadoras, nomeadamente porque muitas das medidas de estímulo para a recuperação económica foram concentradas em sectores predominantemente masculinos.
“Embora as medidas de estímulo tenham tido o mérito de evitar uma crise mais profunda e de ajudar a dinamizar a economia, a prioridade dada à resposta aos efeitos financeiros da crise fez com que os recursos nacionais nem sempre fossem distribuídos com relativa igualdade por todos os sectores do mercado de trabalho”, refere o relatório.
Os grupos mais vulneráveis (jovens, mulheres e minorias étnicas) foram excluídos indiretamente deste tipo de medidas.