Os cientistas da Universidade dos Açores que estiveram na Graciosa entre domingo e terça-feira consideram ainda que as visitas à Furna do Enxofre, um dos ‘ex-libris’ da ilha, devem continuar “condicionadas” devido à possibilidade de queda de rochas dos tetos daquela cavidade.
O relatório com as conclusões da missão confirma que a crise sísmica que se tem desenvolvido a sudoeste da ilha desde o início deste mês “mantém características tectónicas, não se tendo detetado quaisquer sinais de natureza vulcânica”.
Os investigadores, que observaram arribas e recolheram amostras de gases e de águas, cartografaram alguns deslizamentos de terras, o maior dos quais a cerca de 500 metros a leste da Ponta Branca, envolvendo o escorregamento de escórias e pedra-pomes.
“A encosta encontra-se ainda muito instável, continuando a cair algum material, incluindo blocos, cinzas e poeiras”, refere o relatório, acrescentando que “as observações que apontavam para a existência de fumarolas, correspondem a nuvens de poeiras levantadas pela ação dos ventos”.
A análise dos gases libertados ao nível da fumarola da Furna do Enxofre e, de forma difusa, através dos solos, “não revelou alterações significativas relativamente aos valores de referência”.
“O fluxo de dióxido de carbono e a temperatura do solo no interior da Furna do Enxofre estão dentro dos intervalos observados desde 2003”, refere o documento, acrescentando que “a desgasificação através dos solos na zona da Ribeirinha e da Serra Branca pode-se considerar normal”.
Lusa