Emiliana Silva quer defender especificidades da região no grupo de peritos sobre reforma da PAC

A exportação é o principal desafio que se coloca aos produtores agrícolas açorianos, agravado pelas dificuldades de escoamento de um arquipélago, defendeu Emiliana Silva, representante dos Açores no Grupo de Peritos para a Reforma da Política Agrícola Comum (PAC).

“Nós todos sabemos que produzimos leite e carne, mas depois, para os colocar no continente, tem de ser de avião, não é como levar de carro para um sítio qualquer”, afirmou Emiliana Silva, que participa segunda-feira, pela primeira vez, na reunião do grupo de peritos que apoia o Ministério da Agricultura na análise do impacto da reforma da PAC em Portugal. A representante dos Açores, recentemente nomeada pela ministra Assunção Cristas, afirmou à Lusa que pretende chamar a atenção dos peritos para a realidade dos Açores e analisar o impacto que a reforma da PAC terá na região, procurando assegurar “que se mantenha a atividade agrícola e que os agricultores tenham o rendimento necessário para manter as suas explorações”. “Nós somos uma região ultraperiférica e temos imensos problemas de afastamento e isolamento dos mercados e é exatamente aí que eu penso sensibilizar as pessoas para estes problemas”, frisou, acrescentando que, apesar de a PAC prever incentivos à exportação, a procura de mercados “depende muito dos empresários”. Nesse sentido, defendeu que os Açores devem apostar em produtos de qualidade, como o queijo de S. Jorge, o ananás, o chá e a banana. Os Açores produzem cerca de 30 por cento do leite nacional, numa atividade que envolve a maior parte dos agricultores da região, pelo que o anunciado fim das quotas leiteiras é um assunto de enorme importância para o arquipélago. Emiliana Silva admitiu que será “muito difícil” impedir o fim das quotas leiteiras, mas defendeu a necessidade de analisar a reação dos agricultores e garantir o rendimento mínimo. “Se houver uma quebra de rendimentos acentuada, acho que devem existir medidas que apoiem e complementem o rendimento dos agricultores e das explorações agrícolas em funcionamento”, referiu, defendendo também a importância da diversificação da produção agrícola, especialmente entre os agricultores mais jovens.  Emiliana Silva, docente no Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, é doutorada em Economia Agrária pela Universidade de Córdova, tendo desenvolvido nos últimos anos trabalhos sobre modelos de produção de leite, eficiência de explorações leiteiras e importância de subsídios na agricultura.

 

Lusa

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here