Depois de um ano de trabalho, nada melhor do que uma semana de férias para retemperar forças.
Assim sucedeu comigo como com toda a gente mas, ao invés de partir à descoberta de um destino tropical ou algo que o valha e até porque a actual conjuntura económica que se vive no nosso país a tal não o permite, rumei de armas e bagagens até à ilha Montanha.
E porque férias são férias… recusei-me a cozinhar e passei os dias a passear e a aproveitar as águas calmas do Atlântico para combater o calor.
Cada vez mais há que pôr os olhos no Pico e tentar melhorar a nossa terra.
Não vi uma única estrada em mau estado de conservação. Por todas as zonas balneares em que passei constatei que haviam chuveiros e WC disponíveis.
Outra coisa que me despertou a atenção, positivamente, foi a forma como se vivem as festas naquelas freguesias. É incrível que em cada localidade haja quem esteja disposto a organizar eventos desta natureza, não deixando morrer as nossas tradições. Novos e velhos juntam-se a bailar a chamarrita, aplaudem grupos folclóricos e filarmónicas.
No lugar do Monte, freguesia da Candelária, a moldura humana que se aglomerou ao redor do coreto fazia lembrar os impérios de há 20 anos, quando a televisão só transmitia o canal 1 da RTP e o canal regional e toda a gente fugia de casa para aproveitar o bom tempo e confraternizar.
Dias depois, na Prainha, o cenário voltava a repetir-se. Sem artistas com nomes sonantes do panorama musical português, registe-se.
Ainda sobre a Prainha… é o paraíso na terra e perdoem-me se pareço demasiado maravilhada, mas a verdade é que fiquei encantada com a pacatez daquela localidade. A Poça com as suas águas cristalinas, os currais de vinha que preenchem todos os jardins e arredores das inúmeras adegas que por lá existem. Sem falar, claro, da extraordinária visão de contemplar São Jorge de uma ponta à outra em toda a sua grandiosidade. Dá vontade de comprar um cantinho neste paraíso, aliás, onde muitos são os faialenses que lá passam férias.
A minha nota negativa desta semana vai para a restauração picoense.
Almocei e jantei quase todos os dias em unidades de restauração local e, com alguma tristeza vi que são poucos os locais onde se come bem e é bem servido no Pico, com muita pena minha.
A falta de profissionalismo no mau serviço prestado em alguns casos é para mim a justificação mais correcta e não me venham com a “desculpa” de que é porque há muita gente (leia-se turistas).
Mais, no meu entender, e quando se defende uma política de promoção destas ilhas, é inadmissível que num restaurante dos mais solicitados da zona, não haja um funcionário, já nem exijo todos, mas um, que fale uma língua estrangeira.
Meus amigos, se queremos ter qualidade de serviço, se queremos chamar gente a estas nossas ilhas, isso é algo que não deve nunca acontecer.
Para o ano há mais…
Maria José Silva – Jornalista