De acordo com a autora do estudo “Perfil de Saúde da Região do Algarve”, a médica Estela Fabião, um dos efeitos da crise financeira é a diminuição da “qualidade de vida, bem-estar e auto estima” das populações.
“O problema das patologias do foro psíquico é que não se vêem e são difíceis de trabalhar”, resumiu, em declarações aos jornalistas, acrescentando que é preciso ter especial atenção à faixa etária entre os 18 e os 25 anos.
À margem da apresentação do estudo, a médica disse ainda que os jovens são muito afectados pela depressão, sobretudo os qualificados que não conseguem integrar-se o mercado laboral.
No caso específico da região algarvia, o desemprego feminino aumentou entre os licenciados de 2009 para 2010, um dos factores que torna o género feminino mais vulnerável à depressão.
“Não há uma evidência científica para explicar a razão de a patologia afectar mais as mulheres, mas a verdade é que continuamos a ter desigualdade de género e maiores exigências sobre o sexo feminino”, concluiu.
De acordo com o mesmo estudo a mortalidade materna no Algarve é superior às restantes regiões continentais e afecta sobretudo as mulheres estrangeiras, mais velhas e cujas gravidezes não são seguidas por um médico.