“O que está em causa é uma tentativa de matar a cooperativa e substituí-la por uma instituição controlada diretamente pelo governo”, afirmou Paulo Estêvão.
O deputado e líder regional do PPM/açores falava no final de uma visita ao presidente da Porto de Abrigo, Liberato Fernandes, que se encontra acampado na sede da cooperativa, em Ponta Delgada, para exigir uma solução para a difícil situação financeira da instituição.
Para Paulo Estêvão, esta situação resulta da “decisão política tomada pelo governo regional de controlar diretamente o setor das pescas através da Lotaçor”, destacando o “papel importantíssimo” que a Porto de Abrigo desempenhou ao longo das últimas duas décadas “nas conquistas mais relevantes para os pescadores” dos Açores.
Para tentar resolver o problema da cooperativa, Paulo Estêvão afirmou que pretende “reunir com responsáveis políticos de outros partidos”, tendo em vista encontrar uma “ação parlamentar adequada que obrigue o governo a negociar”.
“O que está a acontecer com a Porto de Abrigo não é uma ação isolada, é resultado de uma linha política de endurecimento do regime”, frisou.
O presidente da Porto de Abrigo, Liberato Fernandes, acusa o executivo regional e a Lotaçor, empresa de capitais públicos que gere a pesca nos Açores, de falta de diálogo, acusação que já foi rejeitada pelo subsecretário regional das Pescas, Marcelo Pamplona.
A Porto de Abrigo foi recentemente afastada da gestão de quatro portos de pesca de S. Miguel, alegadamente por não cumprir as obrigações a que estava obrigada.
O subsecretário regional das Pescas salientou que o executivo aguarda que a cooperativa apresente “uma explicação detalhada sobre as razões que conduziram à atual situação de colapso financeiro”, frisando que o protesto de Liberato Fernandes não terá qualquer influência nas decisões do executivo.
A Porto de Abrigo convocou para 18 de junho uma assembleia geral onde será analisada a atual situação desta instituição.