O deputado do Chega/Açores José Pacheco revelou que não vai ser candidato à liderança da estrutura regional do partido, ao contrário do que tinha anunciado, por entender que tem o “dever” de “acabar” com as “divergências”.
“Informo a todos que, em defesa do bem maior que é o nosso partido Chega, e com toda a humildade, não irei concorrer, neste momento, à liderança do Chega nos Açores. Faço-o de forma refletida, consciente e depois de auscultar muitas pessoas ligadas, de forma direta e indireta, ao Chega”, lê-se numa mensagem publicada por José Pacheco na rede social Facebook.
Para justificar a decisão, o deputado regional e atual secretário-geral do Chega/Açores refere que a “estabilidade é fundamental neste momento” e que o partido tem “de estar acima de tudo”.
“Tomo esta decisão, irrevogável, porque tenho o dever e a coragem de acabar com todas as divergências, divisões, difamações, mentiras, confusões e até evitar que seja a nossa organização a prejudicada ao nível parlamentar, conforme ameaças que todos lemos na comunicação social”, escreveu.
José Pacheco salientou que irá ficar “atento a tudo o que possa comprometer o futuro” do Chega nos Açores e alertou para o “desafio autárquico” que “começa a ficar comprometido”, devido às indecisões e “à falta de estratégia” da liderança de Carlos Furtado.
“Da minha parte, enquanto deputado eleito pelo povo, com os votos do Chega e de André Ventura, resta-me continuar humildemente o trabalho que agora iniciei, com a mesma garra, dedicação, fiel aos princípios ideológicos da direita, na defesa dos Açores”, afirmou.
Na sexta-feira, foi anunciado que as eleições internas do Chega/Açores iriam decorrer dia 01 de maio, data confirmada à Lusa pelo líder demissionário da estrutura regional, Carlos Furtado.
No dia seguinte, o então candidato à liderança regional José Pacheco disse à Lusa desconhecer a data avançada por parte do presidente cessante, criticando a postura de Carlos Furtado.
No domingo, Carlos Furtado, que se recandidata à liderança do Chega/Açores, retorquiu criticando os “comportamentos desleais” de José Pacheco.
Estas eleições surgem depois de, a 14 de março, ter sido tornado público que Furtado apresentara a sua demissão por causa de divergências entre os dois deputados regionais.
Lusa