Deputados do PSD/Açores questionam Governo se crise suspende Estado de direito democrático

Três deputados do PSD perguntaram ao Governo se “o argumento ‘não há dinheiro'” suspende as regras do Estado de direito democrático, a propósito do alegado incumprimento de comparticipações financeiras à autarquia da Ribeira Grande relativas a habitações sociais.
 

O requerimento, a que a Lusa teve hoje acesso, está assinado pelos deputados Mota Amaral (ex-presidente da Assembleia da República e do Governo açoriano), Joaquim Ponte e Lídia Bulcão, todos eleitos pelos Açores, e foi enviado ao Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, tutelado por Assunção Cristas, a 05 de abril.

Os deputados referem que a Câmara Municipal da Ribeira Grande, na ilha de S. Miguel, “interpôs uma providência cautelar ao Governo da República devido ao incumprimento das comparticipações financeiras relativas à construção de 152 habitações sociais, no âmbito do programa habitacional PROHABITA”, acrescentando que “parecem estar em causa 303,5 mil euros”.

Ainda segundo os deputados do PSD, a autarquia diz que “contestou a recusa do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana no cumprimento dos contratos supramencionados e estranha a posição do Governo, que, embora reconhecendo a legitimidade do município em reclamar as referidas verbas, invocou os atuais constrangimentos económico-financeiros para não inscrever nos Orçamentos de Estado de 2012 e 2013 as dotações que garantem a satisfação dos compromissos assumidos”.

“Entende o Governo que o argumento ‘não há dinheiro’ suspende as regras de funcionamento do Estado de direito democrático?”, perguntam os três deputados a Assunção Cristas no requerimento.

“Considera o Governo possível que a atual e complexa situação em que vivemos, justifique o incumprimento de compromissos anteriormente assumidos e já executados?”, insistem, noutro ponto do requerimento.

Os deputados querem ainda saber se “na atual situação de tantas dificuldades não considera o Governo fundamental cumprir com os compromissos assumidos, por forma a evitar maiores sacrifícios para as entidades com que se relaciona e as populações que serve”.

“Tem o Governo consciência dos enormes prejuízos que pode ocasionar aos agregados familiares beneficiários destes programas, já que o incumprimento do IHRU pode conduzir a que a entidade bancária financiadora acione hipotecas sobre as habitações?”, questionam ainda.

Por fim, querem saber se o Governo pondera “estabelecer um protocolo com as entidades regionais e locais no sentido de ultrapassar esta lamentável e preocupante situação”, em que “moldes” e em que “prazo”.

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