Deputados dos Açores preocupado​s com indefiniçã​o sobre futuro da RTP

Os deputados à Assembleia Legislativa dos Açores manifestaram hoje a sua preocupação com a indefinição sobre o futuro da RTP/Açores e do serviço público regional de rádio e televisão no arquipélago.
Durante a discussão em torno da apresentação de um relatório sobre a audição aos diretores da rádio e televisão públicas no arquipélago, que decorreu na sede do Parlamento açoriano, na Horta, a maioria dos partidos criticou a falta de estratégia do Conselho de Administração, mas também a gestão regional da empresa.
“O futuro da televisão açoriana está a ser definido à margem do Parlamento dos Açores e nas costas da RTP-Açores”, acusou José Andrade, da bancada do PSD, lamentando que o Governo socialista não tenha revelado, até agora, o resultado das negociações que estão a decorrer com o Conselho de Administração da empresa, em Lisboa.
Porém, o vice-presidente do executivo, Sérgio Ávila, garantiu que as negociações estiveram suspensas durante um longo período, devido à demissão de Miguel Relvas, que era o ministro titular da pasta do setor.
“Tendo em conta este incidente ou acidente, por parte do Governo da República, a região ficou muito tempo sem interlocutor”, recordou o governante.
Paulo Estêvão, do PPM, disse esperar que o Governo Regional não esteja a pensar fazer o mesmo que o Governo da Grécia, ou seja, “desmantelar completamente a RTP/Açores, para depois começar do zero”.
Já Zuraida Soares, do Bloco de Esquerda, apelou aos açorianos para que se mobilizem na defesa da RTP/Açores, por antever que “não tarda muito”, “não há serviço público de rádio e televisão nesta região para ninguém”.
A indefinição sobre o futuro da rádio e televisão públicas no arquipélago são também responsabilidade, no entender do deputado Luís Silveira, do CDS, dos atuais gestores da RTP/Açores, que acusa de não defenderem o centro regional.
“Porque primeiro têm de defender a empresa, depois têm de defender o seu Conselho de Administração em Lisboa e só depois o centro regional”, afirmou, referindo-se às declarações dos diretores regionais na comissão parlamentar que analisou o assunto.
Críticas partilhadas por Aníbal Pires, do PCP, que afirmou que “aquilo que esta direção da RTP/Açores está a fazer, é cavar a sepultura para acabar” com a estação.
Já Pedro Moura, da bancada da maioria socialista, reiterou que a solução para o futuro da RTP/Açores passa por criar uma empresa “100 por cento regional e com 100 por cento de capitais públicos”.

 

Lusa

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