O ministro da Saúde Pública da Guiné-Bissau, Carlitos Barai, confirmou hoje o desaparecimento de “quantidade assinalável” de medicamentos que seriam utilizados numa campanha de desparasitação de cerca de 300 mil crianças.
Os medicamentos, mebendezol, teriam desaparecido dos armazéns do Ministério da Saúde Pública em Bissau, facto que motivou o adiamento do início da campanha de desparasitação de crianças, que devia ter lugar na segunda-feira, 20 de dezembro.
Fontes do Ministério da Saúde disseram à Lusa que “por enquanto não é possível quantificar” o medicamento desaparecido, situação que o ministro quer ver esclarecida nos próximos dias.
Uma operação de inquérito, envolvendo técnicos do ministério e agentes da Polícia Judiciaria já foi colocada no terreno.
Os medicamentos em questão seriam administrados às crianças de até 56 meses de vida, numa campanha em que também seriam dadas às crianças suplementos de vitamina A.
Os fármacos foram adquiridos pela UNICEF e uma organização não-governamental no valor de 80 milhões de francos CFA (cerca de 122 mil euros).
O ministro da Saúde Pública guineense prometeu tomar “medidas duras” para pôr cobro a uma situação que disse ser recorrente no seu ministério, lembrando que num passado recente desapareceram dos armazéns tendas (mosquiteiros) impregnadas com inseticidas destinadas à população carenciada.
“Os materiais ou os medicamentos destinados à população não podem continuar a desaparecer sem que se saiba como”, defendeu Carlitos Barai.
Lusa