Descontaminação dos solos e aquíferos da Praia da Vitória não pode espera mais, defende CDS-PP

artur LimaVasco Cordeiro reiterou esta terça-feira no Parlamento Regional, que não serão os açorianos a pagar a fatura do passivo ambiental deixado pelos norte-americanos na Terceira, demonstrando-se uma vez mais insatisfeito com a forma como o processo está a ser conduzido por parte dos Estados Unidos, reforçando que este assunto é para o Governo dos Açores, “a prioridade das prioridades”.

O assunto abriu os trabalhos parlamentares que decorrem na Assembleia Legislativa, por iniciativa do CDS-PP, que interpelou o Executivo sobre o Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira (PREIT), que considera que “o PREIT socialista não passou de um conjunto de intenções que ainda hoje se materializam apenas em ilusões”.

Em cima da mesa esteve acima de tudo a preocupação demonstrada pelo líder parlamentar do CDS-PP, com o processo de descontaminação dos solos e aquíferos da Praia da Vitória, recorrendo a dados do Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC) para reforçar que a contaminação aumenta desde 2005, altura em que foram identificados os primeiros focos de identificação.

Artur Lima saudou ainda assim a posição do Presidente do Governo Regional que passou a representar a Região nas reuniões da Comissão Bilateral Permanente “ao mais alto nível”, criticando a República por ter “tristemente abandonado” a Região na última Bilateral, afirmando o Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP que “já só há uma coisa a fazer: cumprir a Lei”, anunciando que vai apresentar nesse sentido uma iniciativa legislativa que visa obrigar o Governo da República a cumprir a Lei das Finanças Regionais no que toca ao processo de descontaminação dos solos e aquíferos da ilha Terceira.

O presidente do PSD/Açores defendeu sobre esta matéria a realização de “um estudo internacional, credível e à prova de bala”, tendo por base os critérios da Convenção de Estocolmo em questões ambientais. “Aquilo que se exige é que [o processo de descontaminação na ilha Terceira] seja colocado ao mais alto nível do relacionamento entre Portugal e os EUA”, afirmou Duarte Freitas, salientando que a Região “não tem mais nada a esperar” da Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e os EUA em relação à gravidade do problema da contaminação de solos e aquíferos na Terceira derivada da presença militar norte-americana.

Artur Lima refuta que não há tempo para mais estudos, é tempo de descontaminar – “antes que a água para consumo seja contaminada”, adverte.

Zuraida Soares contudo ressalvou que as recentes intervenções do ministro dos Negócios Estrangeiros e do ministro do Ambiente sobre o PREIT e o processo de descontaminação dos aquíferos das Lajes “não foram gafes”, mas antes posições reveladoras daquilo que o Governo da República pretende para a Base das Lajes: “Está esperançado que a nova administração Trump arranje uma guerra para dar mais utilização à base militar”, afirmou a deputada do Bloco de Esquerda, alertando que esta é uma posição contraditória com a exigência de despoluição. “Por um lado o Governo da República quer que os EUA limpem a poluição provocada pela utilização militar da Base das Lajes, por outro, quer que os EUA arranjem uma guerra para aumentar esta mesma utilização militar. Assim é difícil que alguém nos leve a sério”, lamentou a parlamentar.

 

 

Açores 24Horas

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