Escalada, mergulho, ‘rappel’ ou ‘canyoning’ são algumas das dezenas de modalidades praticadas por mais de 400 turistas por ano que visitam São Jorge, Açores, para obterem umas férias diferentes proporcionadas pela única empresa de turismo e aventura da ilha
Sendo uma das nove ilhas açorianas mais visitadas por turistas portugueses e estrangeiros, a Ilha de São Jorge apresenta uma dualidade de emoções muitas vezes desconhecida pela maioria das pessoas. Entre a calma e a tranquilidade encontradas em diversos trilhos pedestres, a possibilidade de praticar dezenas de actividades ao ar livre em directo contacto com a natureza torna esta ilha “um dos melhores locais para descansar e, ao mesmo tempo, viver experiências radicais”, segundo o gerente da primeira empresa de animação turística a surgir na região dos Açores. Passeios de barco, ‘kaiak’, slide, observação da vida marinha, surf, trilhos pedestres e subir a montanha do Pico, na ilha vizinha, são outras das cerca de 40 actividades que a Aventour disponibiliza anualmente aos seus clientes cada vez mais solicitadas na época do verão. Natural de São Jorge, Luís Bettencourt tem 35 anos de idade e pratica desportos radicais desde a sua infância.
A paixão pela ilha onde nasceu e pelas suas “características naturais” levou o jovem bombeiro a realizar o sonho de iniciar um projecto, inspirado numa empresa de aventura que conheceu na Venezuela. “Inicialmente não foi fácil, porque muita gente não acreditava nas potencialidades desta ilha”, disse o guia turístico, que sempre lutou para que São Jorge se destacasse a nível nacional e internacional enquanto oferta turística. “É engraçado como há uns anos muitos destes desportos radicais eram encarados como tabu, sendo muitas vezes criticado e visto como um marginal por pessoas que hoje trazem os filhos à empresa para praticar diversas actividades”, afirmou.
A Aventour trabalha no grupo central da região dos Açores, nomeadamente nas ilhas do Pico, São Jorge, Faial, Graciosa e Terceira, que, segundo considera Luís Bettencourt, apresentam todas as características para praticar as actividades que a empresa disponibiliza.
Para viver as experiências que a empresa proporciona basta apenas, segundo o responsável, “ter espírito aventureiro e gostar de actividades ao ar livre”, pois podem ser praticadas por pessoas de qualquer idade. Os preços variam dos 35 aos 300 euros, consoante a actividade que se quer praticar ou a escolha do pacote de experiências que a empresa oferece, que engloba estadia, transporte e três de aventura. “A maior recompensa que um cliente me pode dar é acabar um percurso cansado, mas a sorrir, pois quando isso acontece”, declarou Luís Bettencourt, “valeu a pena o trabalho, o que acontece quase sempre”. Atravessar o deserto do Saara, onde percorreu mais de 600 quilómetros em quinze dias, e subir até Machu Picchu, no Peru, onde representou Portugal numa expedição, foram as experiências mais marcantes da vida do jovem aventureiro. Apesar de se afirmar “feliz e realizado”, Luís Bettencourt ainda tem um objectivo por concretizar: subir o monte Evereste, onde tenciona içar a bandeira açoriana ainda este ano de 2009.
Lusa