DGS desaconselha grávidas a viajarem, TAP reembolsa viagens já compradas

A Direção-geral de Saúde desaconselha as mulheres em idade fértil, que querem engravidar, ou as grávidas a viajarem para os países onde o vírus Zika tem expressão epidémica, anunciou hoje o diretor-geral Francisco George.

Numa conferência de imprensa realizada hoje, em Lisboa, o diretor-geral de Saúde adiantou que há seis casos de doença provocados pelo vírus Zika, em Portugal, que estão notificados, cinco deles importados do Brasil e o sexto do Colômbia.

“Foi emitida recomendação para as portuguesas em idade fértil, que queiram engravidar, e em particular as grávidas. Nós aconselhamos que não se desloquem neste momento a um país onde o problema Zika tem esta expressão epidémica”, disse Francisco George aos jornalistas.

De acordo com o responsável, o risco só existe em áreas onde a propagação se está a verificar de “uma forma crescente e, tudo indica, de forma descontrolada”, referindo-se a países da América do Sul, Caraíbas e África.

“Eliminar riscos é não viajar”, sublinhou Francisco George.

Nesse sentido, sugeriu que estas mulheres se dirijam a uma consulta especializada, apontando que, no site da DGS, é possível encontrar uma lista completa de consultas disponíveis, que “podem facilmente ser marcadas em todo o território nacional”.

A conferência de imprensa contou com a presença de um porta-voz da TAP, que anunciou que as portuguesas grávidas, que tenham viagem comprada para algum dos países que está sob alerta, poderão desistir da viagem e pedir a devolução da totalidade do valor pago.

“Acompanhantes ou outras pessoas que tivessem viagens para esses destinos, poderão solicitar a emissão de um vale no valor que foi pago, que pode ser usado em viagens até ao final deste ano, para destinos alternativos”, anunciou André Serpa Soares.

Tendo em conta os países para onde a TAP voa, esta medida inclui viagens compradas para o Brasil, Colômbia, Venezuela e Panamá.

O responsável esclareceu que esta medida não inclui viagens para a ilha da Madeira, uma vez que aqui não foi declarada a existência de um surto com o vírus Zika.

André Serpa Soares aproveitou também para adiantar que a TAP pulveriza com inseticida, “eficaz contra o mosquito, mas inócuo para a saúde humana”, todas as aeronaves que veem de destino onde há surto.

Para tirar qualquer dúvida sobre a doença, o diretor-geral de Saúde disse que é possível, inclusivamente, mandar um “mail” (zika@dgs.pt), a pedir esclarecimentos.

Como comportamento de prevenção, Francisco George aconselhou que os viajantes vistam roupa clara, calças compridas, camisas de manga comprida e que tenham especial atenção com as horas em que o mosquito pica e o “uso criterioso de repelentes”.

O diretor-geral de Saúde lembrou que os mosquitos responsáveis pela transmissão do vírus Zika não são detetados em Portugal continental desde 1950, altura do combate ao paludismo, apesar de estarem próximos, seja em Espanha ou na Madeira.

Relativamente à Madeira, Francisco George lembrou que existe, desde 2005, uma plataforma de vigilância “absolutamente exemplar” para o controlo dos mosquitos, cuja informação está disponível no portal da DGS.

 

Lusa

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