O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, disse esta segunda feira que a autonomia política da região “foi a resposta a quem” se esquecia da região, não podendo “ter recuos”, mas sim “avanços”.
“Já houve tempos em que fomos esquecidos. Éramos as ilhas adjacentes. Mas a democracia e a nossa autonomia política recentraram os Açores no quadro de um país livre. A nossa autonomia política foi a resposta a quem nos esquecia e é a garantia de que nenhuma das nossas ilhas será esquecida. Podendo e devendo ter evoluções, a autonomia é a resposta definitiva para os açorianos. A autonomia pode ter avanços, não pode é ter recuos”, declarou Bolieiro.
O líder do executivo açoriano, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, intervinha na sessão solene comemorativa do Dia dos Açores, que este ano decorreu na sede da Assembleia Legislativa Regional, na Horta, ilha do Faial, com poucos convidados.
Segundo o governante, o sistema político democrático “permitiu já a alternância de poder” e a “cada alternativa política que se afirmou e se assumiu como poder não faltou o entusiasmo e o respeito pela evocação e celebração” do Dia dos Açores.
O presidente do Governo dos Açores lembrou que “as dificuldades não devem dividir”, já que uma vez “divididos tudo fica ainda mais difícil”, salvaguardando que “os bairrismos não são a resposta a nenhum problema, são um problema”.
“A autonomia e unidade são sinónimos. Se nos dividirmos não passaremos de ilhas adjacentes”, frisou.
De acordo com Bolieiro, a “insularidade arquipelágica e ultraperiférica, a demografia de cada ilha sem hospital, reclamam uma atenção especial e um tratamento diferenciado também na resposta à pandemia”.
Há que “insistir mais e melhor na concretização do conceito europeu de ultraperiferia”, conceito “aparentemente adormecido e que deve ser revitalizado no quadro político da União Europeia, mas também nacional”.
Segundo o chefe do executivo açoriano, Portugal enquanto Estado-membro e a presidir à União Europeia “tem a sua oportunidade de ouro para liderar este entendimento e capacidade concretizadora”.
Para Bolieiro, “a ultraperiferia é uma condição, mas uma vez reconhecida é também uma oportunidade e uma resposta à solidariedade” e “reforça o que a autonomia tem por certo”.
José Manuel Bolieiro disse ainda que os tempos “são difíceis e desafiantes”, tendo os açorianos de “ser ainda mais fortes, mais fortes na unidade, na vontade de vencer, na esperança de superar as dificuldades, de aproveitar as oportunidades”.
Lusa