A deputada socialista ao parlamento açoriano Marta Matos defendeu esta segunda feira que a autonomia dos Açores só pode ser aprofundada se motivar os açorianos, alegando que é preciso promover uma “cidadania autonomista”.
“A nossa autonomia só tem condições de se afirmar e de perdurar no tempo, de se aprofundar e de se desenvolver, se for reconhecida e acarinhada por cada um de nós, se cativar e motivar todos os açorianos”, afirmou.
Marta Matos falava na sede da Assembleia Legislativa dos Açores, na Horta, nas comemorações do Dia da Região Autónoma dos Açores, que este ano contaram pela primeira vez com intervenções de deputados de todas bancadas parlamentares.
A deputada socialista considerou que a autonomia dos Açores é “um projeto de sucesso”, que permitiu “alcançar o progresso e o desenvolvimento económico e social” das ilhas e reforçar “a consciência da unidade e da coesão regionais”, mas defendeu que é preciso “recuperar e manter o inconformismo e a ambição dos que a lançaram”.
“Há que alargar os nossos horizontes, renovar os nossos objetivos e ampliar a nossa capacidade de intervenção. Há que promover uma cidadania autonomista, chamando os açorianos a participar na definição do futuro da nossa terra”, frisou.
Num tempo “desafiante”, acrescentou, é “imprescindível” afirmar o orgulho na autonomia dos Açores, mas também construir o seu futuro, com a solidariedade de todos.
“Há que sermos os construtores da autonomia do futuro, aberta ao mundo, destemida, que ultrapasse a finitude do nosso território, que se afirme pela nossa história, pelo nosso povo e pelas mais genuínas expressões do nosso viver. E que o façamos juntos. Com a solidariedade entre todas as nossas ilhas”, salientou.
O Dia da Região Autónoma dos Açores, feriado regional celebrado na segunda-feira do Espírito Santo, foi instituído pelo parlamento açoriano em 1980, para comemorar a açorianidade e a autonomia.
Este ano, a sessão solene do Dia dos Açores realizou-se na sede da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, sem imposição de condecorações e sem as tradicionais sopas do Espírito Santo, devido aos condicionalismos decorrentes da pandemia de covid-19, depois de em 2020 ter sido assinalado apenas ‘online’.
Lusa