Não são apenas as atividades extrativas que importunam os ecossistemas marinhos

lixo marO Diretor Regional das Pescas afirmou hoje, em Ponta Delgada, que “não são apenas as atividades extrativas do mar, como a pesca, que importunam os ecossistemas marinhos”, lamentando que os homens façam dos oceanos “um caixote de lixo”.

Luís Rodrigues frisou que “80% do lixo marinho é de origem terrestre”, mas acrescentou que “também a pesca e a atividade marítima, como o transporte de mercadorias e de passageiros, produzem lixo”.

O Diretor Regional falava à margem da entrega de prémios do concurso de boas práticas de gestão de resíduos a bordo dos atuneiros açorianos, no âmbito do projeto ‘Lixo Zero nos Mares dos Açores 2016-2017′.

Luís Rodrigues salientou que o interesse desta iniciativa reside na “monitorização dos procedimentos para a gestão do lixo produzido a bordo dos atuneiros”, com a sensibilização dos pescadores e armadores, destacando também a importância da “monitorização do lixo flutuante” pelos observadores do Programa de Observação para as Pescas nos Açores (POPA).

Este projeto é “essencial” para a obtenção de informação sobre o lixo flutuante oceânico, nomeadamente no que se refere à distribuição e tipologia do macrolixo que flutua no oceano à volta do arquipélago, acrescentou o Diretor Regional.

Esta informação é obtida através de seis registos diários de 10 minutos cada para avistamentos de lixo.

O Diretor Regional das Pescas salientou ainda a importância desta iniciativa, que já se realiza há três anos, na sensibilização dos profissionais da pesca para as boas práticas na gestão do lixo a bordo da frota de atuneiros nos Açores.

O concurso, em que participaram 12 atuneiros, distinguiu as embarcações mais bem classificadas com um selo ecológico (eco-label), que têm direito a ostentar e publicitar durante um ano.

Para além do galardão, as embarcações ganharam também prémios não monetários.

Este ano, três embarcações obtiveram a primeira classificação, nomeadamente a ‘Rei dos Açores’, a ‘Lontra Marinha’ e a ‘Milão’.

Luís Rodrigues afirmou pretender que este programa tenha continuidade nos próximos anos e que se estenda a outras pescarias, acrescentando que representa um importante contributo “para alcançar as metas ambientais definidas para os Açores” no âmbito da Diretiva Quadro Estratégia Marinha.

O projeto ‘Lixo Zero no Mar dos Açores’ insere-se no Plano de Ação para o Lixo Marinho dos Açores e é promovido pela Direção Regional das Pescas, pela Associação de Produtores de Atum e Similares dos Açores (APASA), pelo Instituto do Mar e Departamento de Oceanografia e Pescas (UAç), pela Direção Regional dos Assuntos do Mar e pelo Observatório do Mar dos Açores.

 

 

Açores 24Horas / Gacs

talholagoa1

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