O Diretor Regional dos Assuntos do Mar destacou hoje, na Horta, a importância do conhecimento científico sobre o oceano profundo produzido pelas equipas de investigação regionais, enquanto “suporte à decisão política e à definição de políticas que promovam a sustentabilidade das atividades humanas, bem como os processos de mitigação dos efeitos das alterações climáticas”.
Filipe Porteiro falava à margem de uma visita ao Deep-Sea Lab do Instituto do Mar (IMAR), onde estão a decorrer ensaios experimentais com corais de profundidade no âmbito do projeto ATLAS, do qual a Direção Regional dos Assuntos do Mar é parceira.
O Diretor Regional salientou a relevância deste laboratório para “o manuseamento e a experimentação com animais do oceano profundo muito sensíveis, como corais e esponjas de águas frias”, mas também com organismos associados a fontes hidrotermais.
Filipe Porteiro frisou que os corais de águas frias “são organismos que estruturam habitats marinhos vulneráveis e que são usados como modelos em diversas linhas de investigação”, nomeadamente sobre os impactos das alterações climáticas e das atividades antropogénicas, e sobre a resiliência desses organismos a fenómenos como, por exemplo, a acidificação dos oceanos (descida do ph pelo aumento de dióxido de carbono) e a mineração do oceano profundo.
“Consideramos que os resultados decorrentes destes trabalhos de experimentação em ambientes controlados são cruciais para podermos dirigir melhor a decisão política relativamente às atividades humanas que ocorrerão no futuro”, disse Filipe Porteiro.
O projeto ATLAS, financiado pelo programa europeu Horizonte 2020, pretende também promover o potencial para o desenvolvimento sustentável da economia azul, através do mapeamento dos serviços dos ecossistemas e da compatibilização das atividades humanas no oceano profundo.
Este trabalhos de investigação respondem também ao projeto europeu MERCES, que visa desenvolver metodologias para a recuperação de ecossistemas marinhos afetados pelas atividades humanas.