Diretor Regional dos Assuntos do Mar diz que espécies invasoras são um dos três grandes problemas ambientais nos Açores

O Diretor Regional dos Assuntos do Mar afirmou hoje, na Horta, que as espécies invasoras podem ser consideradas como “um dos três grandes problemas ambientais nos Açores”. Frederico Cardigos, que falava à margem do Workshop Bio-Invasões Marinhas: A Ameaça Silenciosa, salientou que, no caso particular das espécies invasoras marinhas, o Governo dos Açores encara o problema com “uma preocupação elevada”, procurando “atuar a três níveis” diferentes. Num primeiro nível, indicou Frederico Cardigos, estão a ser desenvolvidos esforços para “debelar os organismos invasores quando eles estão a entrar no arquipélago”, através de medidas relacionadas “com a legislação internacional na largada das águas de lastro” e procurando que os cascos das embarcações “estejam em condições suficientes para que não sejam os vetores de entrada” dessas espécies. Por outro lado, quando essas espécies invasoras entram no arquipélago e se consuma o facto de elas estarem num novo ambiente, procura-se “debelar ou, pelo menos, minimizar” o problema. O Diretor Regional dos Assuntos do Mar referiu também ser preocupação do Governo que, quando essas espécies “se naturalizam, passem a ser absorvidas pelas comunidades como uma nova espécie”, ou seja, como “um novo recurso, com possibilidades de utilização alargada dentro das diferentes atividades económicas”. “Com esta aproximação tripla, tentamos fazer com que as invasoras deixem de ser um problema, mas tentando obviamente, primeiro que tudo, que elas não cheguem sequer ao nosso território, para salvaguardarmos a nossa biodiversidade e as formações ecológicas do nosso ambiente”, frisou Frederico Cardigos. O Workshop Bio-Invasões Marinhas: A Ameaça Silenciosa, que decorre desde terça até quinta-feira na cidade da Horta, é uma organização conjunta do Observatório do Mar dos Açores, Departamento de Oceanografia e Pescas e Centro do IMAR da Universidade dos Açores, contando com o apoio da Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura.  O encontro, que reúne especialistas de diversas organizações com experiência relevante  e reconhecida no combate, mitigação e prevenção de bio-invasões marinhas, debate particularmente o combate à alga Caulerpa webbiana, considerada extremamente nefasta, sendo um dos “100 géneros mais invasores do mundo”. Esta espécie é atualmente motivo de grande preocupação por parte do Governo dos Açores e da comunidade científica devido ao seu elevado potencial invasor e à grande expansão que teve desde a sua chegada ao arquipélago, em 2000, afetando presentemente “uma área considerável” do Parque Natural de Ilha do Faial, incluindo toda a Zona Especial de Conservação do Monte da Guia.

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