Em declarações à agência Lusa, a presidente da estrutura regional da UMAR, Clarisse Canha, explicou o trabalho em formato DVD recolhe opiniões de uma dezena e meia de pessoas, proporcionando uma “síntese e uma análise perfeitas” acerca do que se passou no arquipélago desde finais da década de oitenta no que respeita à condição feminina.
O documentário de Martine Fragoas e Léa Barreau, que estiveram um mês na ilha de S. Miguel a recolher depoimentos destinados à sua construção, avança também perspetivas de ações a desenvolver para a emancipação das mulheres açorianas, referiu.
Segundo Clarisse Canha, a UMAR-Açores projeta editar o trabalho para distribuição pública, em paralelo com outros documentários em preparação e que visam divulgar projetos específicos desenvolvidos pela instituição.
À frente da UMAR desde a sua implantação nos Açores em 1988, a dirigente do movimento feminino açoriano sublinhou como principal “dado adquirido” na evolução situação das mulheres nas ilhas a “tomada de consciência” da sua igualdade face aos homens.
Apesar de continuar a ser vítima de discriminação no acesso ao emprego, na progressão nas carreiras e na própria família, a “mulher açoriana ganhou a consciência de que tem direito a uma vida digna e à diferença”, sublinhou.
Segundo acrescentou, mesmo face à violência doméstica de que continua a ser vítima, a mulher passou a reagir de outra forma nas ilhas, avançando para a denúncia por sua própria iniciativa.
“Há 15 anos era preciso um empurrão da UMAR para que avançassem as denúncias do agressor”, sustentou, realçando dever-se às iniciativas do movimento feminino a evolução na “consciência social” registada desde da década de oitenta.
Para que essa modificação ocorresse foi também necessário o lançamento de estruturas de apoio à mulher, especialmente à vítima de violência, disse presidente da UMAR, que disponibiliza serviços próprios nas ilhas de S. Miguel, Terceira e Faial.