O presidente do PSD/Açores, Duarte Freitas, afirmou que a vocação de Portugal “é indiscutivelmente atlântica” e que esta é “indispensável, necessária e complementar à construção europeia”.
“A vocação de Portugal é indiscutivelmente atlântica e negá-lo é esquecer que a sua faixa continental e os arquipélagos da Madeira e Açores são atlânticos e o real valor geopolítico do triângulo estratégico formado por Portugal/Madeira/Açores. A vocação atlântica de Portugal não é alternativa, mas sim indispensável, necessária e complementar à construção europeia”, afirmou Duarte Freitas, na conferência comemorativa dos 30 anos da adesão de Portugal à CEE, que decorreu na Assembleia da República.
O líder dos social-democratas açorianos salientou que “Portugal, sobretudo através dos Açores, tem todas as condições para servir como plataforma atlântica da Europa, assumindo-se como um verdadeiro polarizador das comunicações intercontinentais”.
Citando o político luxemburguês Robert Schuman, considerado o “Pai da Europa”, Duarte Freitas lembrou que “a Europa não se fará de um golpe, nem numa construção de conjunto: far-se-á por meio de realizações concretas que criem em primeiro lugar uma solidariedade de facto”.
“Passados sessenta anos, estas palavras guardam a mesma verdade. E a mesma verdade para a construção desta verdadeira comunidade atlântica que pode ser uma nova ambição europeia e um desígnio civilizacional.
Para o presidente do PSD/Açores, a posição geográfica de Portugal, e em particular a dos Açores, “dá-lhe uma importância geoestratégica na segurança do Atlântico que não deve ser minimizada”.
“Na centralidade europeia que se mantém e que deverá ainda perdurar no tempo, o papel de Portugal é de extrema importância como parceiro de interesses comuns a que se atribui um significado especial face ao posicionamento estratégico no Atlântico que lhe é oferecida pelo espaço português”, frisou.
O líder dos social-democratas açorianos considerou que “depende de Portugal saber projetar-se a nível internacional, não naquilo que é idêntico aos outros países, mas sim naquilo que o distingue dos demais e que o torna diferente, e acima de tudo único, para que desse modo se faça ouvir na União e nos palcos mundiais”.
Duarte Freitas acrescentou que o facto de Portugal ser um país periférico “nunca foi condicionador nem limitativo de uma identidade cultural, pois Portugal sempre lutou pelo seu lugar no mundo”.
“O percurso de Portugal na Europa tem sido, pois, um percurso de benefícios mútuos. Ao longo destes 30 anos, é inegável o papel que a integração europeia desempenhou no desenvolvimento do nosso país, a vários níveis”, disse.
Segundo o presidente do PSD/Açores, Portugal “consolidou a sua democracia e assistiu a um desenvolvimento económico inquestionável e a um aumento dos níveis de bem-estar social, que se traduziram numa melhoria efetiva da qualidade de vida”.