O presidente do PSD/Açores, Duarte Freitas, defendeu hoje ser “crucial” manter as “pontes de diálogo” entre PSD, CDS-PP e PS, dizendo que essa é uma das lições a retirar da crise política nacional das últimas semanas.
Em declarações à Lusa, Duarte Freitas considerou que o outro ensinamento que sai desta crise é que o pior que pode acontecer ao país é a instabilidade política, como ficou provado na reação dos mercados.
Duarte Freitas lamentou por isso que PSD, CDS-PP e PS não tenham conseguido chegar a um acordo de salvação nacional como lhes pediu o Presidente da República, que seria “muito importante” para “o futuro” e a “imagem exterior de Portugal” e para “salvaguardar as expetativas e anseios dos portugueses”.
Duarte Freitas considerou que o secretário-geral do PS, António José Seguro, “até tinha vontade de chegar a um entendimento”, colocando os interesses do país acima dos interesses partidários, mas houve “pressões de tal ordem” dentro do partido que teve de desistir.
“O PS, ao fim e ao cabo, não quis que houvesse esse entendimento”, afirmou.
Neste contexto, o Presidente da República tinha como única opção a manutenção do atual Governo, defendeu.
“Ao senhor Presidente da República não restou outra solução se não, havendo provas de solidez da coligação, de dar continuidade àquilo que o Governo lhe apresentou em termos de renovação para que agora, nesta segunda fase, depois de consolidadas as contas públicas e readquirida a credibilidade externa, se possa lançar, com o atual Governo e até final da legislatura, uma nova dinâmica virada mais para a criação de emprego e a economia. É isso que se espera”, acrescentou Duarte Freitas.
Para o líder do PSD/Açores, PSD, CDS e PS “devem reter” uma “ilação muito importante” desta crise: “É muito importante manter pontes de diálogo abertas. É crucial, nas dificuldades que Portugal ainda atravessa e vai atravessar, para que consigamos terminar os três anos de programa [de ajustamento], já vai em 2/3 mas ainda falta um ano difícil, etambém definir para o pós-troika um conjunto de políticas e metas consensualizadas, que ultrapassam claramente o âmbito da governação, são medidas de regime que terão de ser assumidas”.
Duarte Freitas considera que as garantias de solidez no seio da coligação PSD/CDS-PP ficaram “expressas” na votação da moção de censura da semana passada e voltarão a ficar na moção de confiança entretanto anunciada.
“Tanto os partidos da coligação como a grande maioria dos portugueses perceberam que o pior que podia acontecer a Portugal neste momento era mais instabilidade política”, afirmou.
Após a demissão do ministro de Estado Paulo Portas, o presidente do PSD/Açores tinha apelado ao diálogo e a entendimentos entre os três partidos que assinaram o acordo da ‘troika’.
O Presidente da República anunciou no domingo que vai manter em funções o Governo PSD/CDS-PP, sob críticas da oposição, após uma crise política de três semanas e depois de ter falhado um entendimento destes partidos com o PS.
Lusa