Câmara de comércio de Ponta Delgada considera incompreen​sível nova greve na SATA

A Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada lamentou hoje a marcação de mais uma greve na SATA, que considerou “incompreensível” num contexto em que famílias e empresas são chamadas a fazer sacrifícios.
Para a associação empresarial das ilhas de São Miguel e Santa Maria, nos Açores, o “mero anúncio” da greve tem “repercussões negativas no turismo e na economia regional”, sobretudo por o pré-aviso abranger quatro meses.
“Torna-se incompreensível a convocação desta greve num contexto de grandes dificuldades para as famílias e para as empresas, que têm vindo a fazer sacrifícios no quadro de ajustamento que o país está a atravessar. Sendo a SATA uma empresa de capitais exclusivamente públicos, não se aceita que continuem a ser os contribuintes a suportar mais agravamentos de custos nesta empresa”, escreve a direção da Câmara de Comércio de Ponta Delgada, num comunicado.
Os empresários dizem ainda aguardar “com expetativa a posição do Governo Regional sobre esta matéria, tendo em consideração as declarações proferidas aquando da greve de abril do corrente ano, de que a mesma teria consequências no funcionamento da empresa, o que aparentemente ainda não aconteceu”.
A Câmara de Comércio de Ponta Delgada reitera, no mesmo documento, a necessidade de rever o modelo de transportes dentro da região e as ligações ao exterior, sublinhando que não se adequa às necessidades da economia e constitui “um custo de contexto extraordinário ao desenvolvimento regional, nomeadamente do setor do turismo”.
Por outro lado, questiona também se “o modelo empresarial existente na SATA é o mais adequado à atual realidade”.
Os trabalhadores da SATA afetos ao Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) anunciaram na terça-feira uma greve ao trabalho suplementar e dias feriados entre 01 de setembro e 31 de dezembro.
“Queremos o pagamento do trabalho extraordinário e de todo o trabalho ao abrigo do acordo de empresa. De forma unilateral têm sido alteradas as regras do trabalho sempre suportadas no Orçamento do Estado e nas medidas de austeridade. Há uma lei que permitiu que existisse um acordo de empresa, que tem de ter alguma força, até porque na TAP estas medidas restritivas não são aplicadas”, disse à Lusa o representante nos Açores do SINTAC, Filipe Rocha.
O dirigente sindical afirma que “todos são trabalhadores” da aviação e defende o mesmo tratamento que está em vigor na TAP para a SATA, ou seja, a aplicação do mesmo acordo firmado entre uma plataforma de sindicatos e a transportadora aérea nacional com vista a evitar os cortes salariais entre os 3,5% e os 10% previstos no Orçamento do Estado de 2013.
Uma plataforma sindical, que não integrava o SINTAC, e a administração da transportadora aérea açoriana chegaram em junho a acordo depois de greves realizadas em abril e maio convocadas pela não aplicação na SATA do entendimento conseguido na TAP.
Segundo Filipe Rocha, fazem parte do SINTAC cerca de cem trabalhadores da SATA.

 

 

Lusa

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