Easyjet só voará para os Açores sem “restriçõe​s” de serviço público

O diretor comercial da Easyjet para Portugal defendeu hoje que a companhia aérea “low cost” só poderá voar para os Açores sem as “restrições” impostas pela prestação de serviço público entre o continente e os Açores.
“Se houver restrições de serviço público o nosso modelo não funciona e isso, logicamente, impedirá que a Easyjet possa voar para os Açores, o que não é de todo o nosso objetivo”, especificou José Lopes, em declarações aos jornalistas, no final de um seminário sobre o impacto das “low cost” no desenvolvimento do turismo, que teve lugar na Universidade dos Açores.
O diretor comercial da Easyjet concretizou que o modelo da companhia aérea assenta num mercado “aberto e livre”, o que significa que quando o mercado não está liberalizado o seu modelo “não funciona” e “impede” a operação.
“O objetivo da Easyjet é abrir uma rota diária Lisboa-Ponta Delgada e começar a operar a nossa política de preços para todos os açorianos e turistas que queiram conhecer a região”, declarou o diretor comercial da “low cost” em Portugal.
José Lopes estima que o impacto da entrada da Easyjet nos Açores será “similar” ao da Madeira, onde a companhia entrou em 2008 com a rota do Funchal.
“Fizemos com que as tarifas médias praticadas no mercado, como existe concorrência, baixassem 40 por cento, sendo as tarifas médias da Easyjet 30 por cento abaixo da média do mercado. É esse mesmo impacto que nós acreditamos que possa haver também nas rotas dos Açores”, disse.
Também o “conhecimento da marca e a força da companhia por toda a Europa irá também fazer com que o destino Açores seja mais conhecido”, defendeu.
O diretor comercial da Easyjet afirma que a “low cost” já “expressou” ao Governo dos Açores o “desejo” de “operar a rota” de Ponta Delgada, explicando “de que forma” o seu modelo “pode funcionar”, uma vez que a decisão é “100 por cento política”.
José Lopes “espera” que a Easyjet já esteja no próximo ano a operar nos Açores e que as autoridades competentes tomem uma decisão “até final do ano” no sentido da “liberalização do mercado”.
O responsável comercial da Easyjet no país sublinha que “numa fase inicial” a companhia apenas pretende operar de Lisboa para Ponta Delgada, uma vez que é uma rota “mais densa” e que irá “normalmente desenvolver-se”.
José Lopes está convicto da vantagem da operação da Easyjet para os Açores também na perspetiva de melhorar a “bastante baixa” taxa de ocupação hoteleira, através da acomodação de “mais oferta”.
“Nós estamos a falar que ao longo de um ano, com um voo diário, que a oferta seria de 110 mil lugares oferecidos por ano. Com as taxas de ocupação média de 80 por cento da Easyjet, podemos estar a falar de mais de 90 mil visitantes. Acreditamos que há capacidade hoteleira para acomodar este crescimento”, concluiu o diretor comercial da Easyjet para Portugal.

 

Lusa

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