Ecomuseu do Corvo promove iniciativa em torno da herança cultural da ilha

O Ecomuseu do Corvo, nos Açores, vai promover na próxima semana, pelo quarto ano consecutivo, uma iniciativa que tem como objetivo estudar, recolher e “devolver a herança cultural do Corvo às suas gentes”, foi hoje anunciado.
A Campanha do Património da Ilha do Corvo vai decorrer entre segunda-feira e quinta-feira, numa parceria do Ecomuseu do Corvo com o Centro do Património Móvel, Imaterial e Arqueológico dos Açores.
Segundo a organização, a iniciativa é realizada “com o objetivo de estudar, recolher e devolver a herança cultural do Corvo às suas gentes”, pelo que, toda a comunidade é convidada a participar e a ser “parte ativa na recolha, preservação e divulgação do património” da mais pequena ilha do arquipélago açoriano.
Durante os quatro dias da atividade haverá ações de recolha do património material e imaterial e de sensibilização da comunidade corvina para a importância do seu património cultural.
A fonte lembra que a atividade é realizada “numa parceria com o Centro do Património Móvel, Imaterial e Arqueológico dos Açores, à semelhança do que tem acontecido nos anos transatos, aquando das prospeções arqueológicas realizadas na zona do ‘Engenho’, no moinho do Caldeirão, no património subaquático, nas ações de restauro do tear típico do Corvo e da conservação preventiva de vários objetos do património móvel da ilha”.
Este ano, acrescenta, o Ecomuseu dará continuidade à formação na área da conservação e restauro do património cultural móvel, com a presença de Paulo Silveira, especialista nas áreas de marcenaria, carpintaria especializada e restauro em madeira.
Paulo Silveira irá orientar um ‘workshop’ com a equipa do Ecomuseu, e apresentar esclarecimentos junto da comunidade.
O especialista no restauro de madeira estará a trabalhar, em regime de porta aberta, junto à Casa do Tempo e no pavilhão multiusos da vila do Corvo, consoante a localização dos objetos a intervencionar, das 09:30 às 12:30 e das 13:30 às 17:30 locais.
No âmbito Campanha do Património da Ilha do Corvo, a entidade promotora anuncia em comunicado que uma equipa de arqueologia, que já esteve no território, regressa ao Corvo “com uma nova missão”: “Desta feita focada na recolha de novos dados relacionados com o património arqueológico da ilha do Corvo”.
Neste âmbito, entre outras ações de trabalho de campo, de arquivo e de informação, a desenvolver junto da comunidade, será realizada uma palestra sobre “Arqueologia no Corvo. Um percurso com a comunidade”, que será proferida por José Luís Neto, pelas 21:00 locais de quarta-feira, na Casa do Tempo.
Para o último dia da iniciativa, está prevista, para as 21:00 locais, no pavilhão multiusos, uma conversa com José Luís Neto sobre o seu mais recente livro intitulado “Arqueologia da Atlântida”.
“Com estas ações pretende-se falar sobre questões do património, partilhar ideias e projetos, refletir sobre algumas lendas e mitos, bem como dar a conhecer um pouco da história, da memória e das tradições da ilha do Corvo”, conclui.
O Ecomuseu do Corvo “consubstancia um projeto de intervenção museológica que visa garantir a salvaguarda e a afirmação do património natural, cultural, histórico e paisagístico, nas suas dimensões tangível e intangível e, concomitantemente, promover o desenvolvimento local e a qualidade de vida da população da ilha do Corvo”, lê-se na sua página da Internet.
“Trata-se assim de um processo dinâmico através do qual a comunidade preserva, interpreta e gere o seu património para o desenvolvimento sustentável. Promove, desta forma, o reconhecimento e a afirmação da identidade do lugar e atua como instrumento catalisador do desenvolvimento socioeconómico local, capaz de gerar riqueza e de servir os interesses da comunidade”, remata.

 

 

Lusa

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