O presidente do PSD diz que o partido “mantém” a motivação que levou à revogação da avaliação do desempenho docente no Parlamento, garantindo que o programa eleitoral social-democrata vai conter as “linhas mestras” do modelo defendido.
“Respeitamos a decisão do Tribunal Constitucional, mas isso não significa que o PSD não mantenha o essencial daquilo que motivou a iniciativa no Parlamento”, começou por comentar Pedro Passos Coelho, sobre a inconstitucionalidade da revogação de há um mês, hoje conhecida.
Lembrando que o modelo de avaliação dos professores apresentado pelo Governo “é injusto e extremamente burocrático”, Passos Coelho acrescentou que, por “desvirtuar em grande medida a razão de ser da própria avaliação”, o partido “não deixará” de propor uma solução.
“Enquanto Governo, e se for essa a vontade dos portugueses como eu julgo que será, vamos apresentar um novo sistema de avaliação, profundamente diferente deste que tem vindo a ser implementado”, disse ainda.
Um modelo que, assumiu, será apresentado a breve prazo e que também será aplicado à progressão na carreira.
“O nosso programa eleitoral não deixará de conter as linhas mestras do novo sistema de avaliação”, garantiu.
Adiantou que o PSD vai apresentar um modelo “assente sobretudo na avaliação externa e não inter-pares” e que “saiba distinguir o que é classificação dos professores, do desempenho visando a melhoria do desempenho”.
“Acabar com esta ideia de que dentro da própria escola temos professores a avaliar professores entre áreas que não são afins. Desburocratizar o sistema”, sublinhou.
De visita a Melgaço, onde decorre a Festa do Alvarinho e do Fumeiro, o líder social-democrata lembrou os atuais 80 parâmetros de avaliação dos docentes.
“Uma parte importante do tempo dos professores é consumida a fazer o preenchimento de papelada e burocracia, quando devia estar a preparar aulas e dar aulas aos seus alunos. As escolas não estão feitas para burocracia”, rematou o líder do PSD.
Cerca de uma hora antes, no mesmo local, tinha sido Jerónimo de Sousa, líder do PCP, a admitir a sua “surpresa” com a decisão do Tribunal Constitucional.
A Festa do Alvarinho e do Fumeiro de Melgaço decorre até domingo, com 57 expositores, e depois dos líderes do PCP e do PSD, sábado recebe ainda a visita de Paulo Portas, líder do CDS-PP