Eleições para a Associação de Turismo dos Açores sem candidatos

Foto de Arquivo

O período de candidaturas para as eleições na Associação de Turismo dos Açores (ATA) terminou sem que se tenha apresentado um único candidato, disse à agência Lusa fonte da associação.

O período de apresentação de candidaturas terminou na segunda-feira e o atual presidente, Carlos Morais, de acordo com os estatutos, terá que se manter em funções até à convocação de novas eleições.

Segundo a fonte da Lusa, um novo ato eleitoral deverá ocorrer em finais de abril.

A ATA é uma associação que visa “promover o destino Açores, como destino turístico de natureza, com uma forte componente experiencial, nos mercados emissores estratégicos, por forma a aumentar de forma sustentada o volume de dormidas em todas as ilhas dos Açores, bem como o aumento de receitas para todos os ‘stakeholders’ do setor”.

Na sequência da sua decisão de não se recandidatar – uma vez que foi eleito vice-presidente da Câmara Municipal da Horta, na ilha do Faial -, o presidente da ATA apresentou a 28 de fevereiro cumprimentos de despedida ao presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro.

Carlos Morais, que deixa a presidência do organismo dois anos e meio depois de tomar posse, referiu que encontrou uma dívida à banca de cerca de nove milhões de euros, sendo esta, “neste momento”, de 3,8 milhões.

O presidente da ATA afirmou que, em termos de fornecedores, existiam valores em dívida desde 2014, sendo o montante de quatro milhões de euros.

“Fechámos o ano de 2021 com uma dívida que tem a ver com a SATA, já muito antiga. Mas, se tiramos isso, que já vem desde 2013, são cerca de 200 mil euros de dívida a fornecedores porque os próprios não apresentaram a certidão da Segurança Social e das Finanças obrigatório para os pagamentos”, disse Carlos Morais.

Antes da sua chegada, a ATA foi alvo de buscas por suspeitas de “fraude para a obtenção de subsídio, peculato, falsificação de documentos e participação económica em negócio” e ainda de abuso de poder, ainda na vigência do anterior governo regional, em 2019.

Carlos Morais proponha-se no seu mandato colocar “ordem na casa” e “pacificar” a ATA, depois das buscas que a Polícia Judiciária efetuou na associação, tendo sido constituídos cinco arguidos, entre os quais o então presidente Francisco Coelho.

A lista que Carlos Morais apresentou na altura era “mais um passo” na estabilidade da associação, que além de estar sob investigação judicial, por alegadas irregularidades de gestão, deixou de ter o Governo Regional e a companhia aérea SATA como parceiros.

As contas de 2018 revelam um valor negativo de 1,5 milhões de euros resultante da gestão da direção anterior a Carlos Morais, atingindo o passivo total cerca de 13 milhões.

Lusa

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