“A partir de novembro, 98,6% dos utentes açorianos vão ter médico de família”, sendo que “com a conclusão da formação dos atuais internos, se alcançará “100% em 2020”, medida que assume um papel central na garantia dos cuidados primários, garantiu hoje, no Parlamento Açoriano, a Secretária Regional da Saúde.
Teresa Machado Luciano, que falava no âmbito do debate de urgência sobre o Estado de Saúde na Região, promovido pelo CDS-PP, salientou ainda que as listas de espera “merecem uma especial atenção”, anunciando “a emissão de 600 Vales Saúde para serem utilizados até ao final de 2019”, nomeadamente “nas áreas de oftalmologia, urologia, otorrino e cirurgia plástica”, no âmbito dos programas CIRURGE e VALE SAÚDE, assim como “a implementação de programas CIRURGE nos três hospitais da Região”, de modo a que, “até ao final de 2019, seja reduzido em 20% o tempo médio de espera em lista”.
A titular da pasta da Saúde, respondia assim a Artur Lima, que na apresentação do tema a debate, afirmou estarmos perante “um Sistema Regional de Saúde que não foi capaz de evitar as longas e penosas listas de espera cirúrgicas”, que “não foi capaz de manter a idoneidade formativa em algumas das especialidades, acusou o presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP, que apontou ainda o dedo à “incapacidade de gestão e organizacional de que é exemplo a inexistência de quadros de pessoal próprios das unidades de saúde, são infelizmente questões que se arrastam há muito tempo juntamente com as incompreensíveis nomeações deste Governo na área da saúde. Temos gestores de reconhecida incompetência e provas falhadas que saltam de cadeira em cadeira ao longo dos anos, sendo até premiados por isso.”
Não obstante os anúncios da Secretária Regional de Saúde nesta matéria, e da salvaguarda do PS, de estarmos perante “um sistema da maior complexidade, disperso por nove ilhas, com três hospitais, 19 centros de saúde e mais de 100 extensões, o que cria grandes exigências em termos de gestão, facto que tem de ser tido em conta quando se faz a analise do setor da saúde”, conforme afirmou o socialista José San-Bento, toda a oposição com assento parlamentar, junta-se ao proponente do debate, reclamando respostas mais eficazes e céleres com vista à redução da lista de espera cirúrgicas, aumento das consultas de especialidade e eficiente mobilidade de utentes de ilhas sem hospital, melhores condições na fixação de profissionais de saúde, apelando ao aumento de investimento em estruturas físicas, equipamentos e recursos humanos para o Sistema de Saúde Regional.
SM/Açores 24Horas