O encontro com os jornalistas realizou-se na sequência de uma reunião da CCIA para avaliar a actual situação económica no arquipélago, as perspectivas para 2010 e o seu impacto na vida das empresas.
Mário Fortuna frisou que “a saída da difícil situação de uma economia deprimida, vai ser lenta”, salientando que sectores fundamentais para a economia dos Açores, como a construção civil e o turismo, “provocaram efeitos em cadeia que se estão a reflectir, em particular, nas pequenas e micro empresas do comércio e serviços”.
No caso do turismo, Mário Fortuna referiu que “foram concluídos muitos hotéis há pouco tempo”, que poderiam estar agora numa fase de consolidação, mas que “a conjuntura não o permite”, enquanto no sector da construção civil alertou que “a quebra de actividade já se reflectiu na diminuição de mais de 3000 postos de trabalho”.
Perante este “cenário difícil”, o presidente da CCIA defendeu que o governo açoriano deve “encontrar novas medidas” e implementá-las “rapidamente para minorar, no mais curto espaço de tempo possível, os efeitos negativos da situação”.
A CCIA reafirmou a necessidade de ser revisto o sistema de incentivos, para o tornar “mais eficaz na promoção de investimentos”, defendendo ainda a orientação da execução do Plano e Orçamento “para actividades que mais valor acrescentado deixam nos Açores”, frisando ainda a importância de se “rever o modelo de transportes aéreos”.
“Como medida nova para alterar o contexto difícil em que se encontram as empresas que realizaram investimentos recentemente, a CCIA já propôs que fosse considerada uma moratória de dois anos aos reembolsos dos créditos, ao abrigo dos sistemas de incentivos”, afirmou Mário Fortuna.
Para o presidente da CCIA, esta medida “implicaria uma retenção significativa de liquidez na região, contribuindo para o normal funcionamento das empresas e manutenção de postos de trabalho”.