Agora que parece haver abertura de companhias aéreas de baixo custo – Ryanair e EasyJet – para estudar as possibilidades oferecidas pelo mercado açoriano, os empresários locais voltam a defender a revisão do modelo de transporte aéreo entre as ilhas e o continente.
A maioria dos empresários de São Miguel continua a ver os transportes aéreos como o “principal estrangulamento” ao desenvolvimento turístico e alerta para a necessidade de se pensar em alternativas às companhias de bandeira.
“Naturalmente que havendo companhias “low cost” a voar para os Açores , SATA e TAP, que têm um monopólio “combinado”, teriam que rever a sua política tarifária”, defende Feliciano Soares, proprietário de quatro unidades hoteleiras. Humberto Pavão, proprietário de duas unidades hoteleiras, também vê “com bons olhos” a vinda das companhias aéreas de baixo custo para os Açores.
“Na Madeira, devido à concorrência das “low cost”, a SATA viu-se obrigada a fazer ligações Lisboa-Funchal por 35 euros. Era óptimo para nós (Açores) termos estes preços”, observa. Mário Fortuna, presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, é outras das personalidades que volta a defender a revisão do modelo de transporte aéreo para os Açores.
“Nesta matéria desde há muito que se percebe que o importante é que o acesso aos Açores seja feito em condições de competitividade, para que o nosso destino seja mais atractivo”, diz. Mário Fortuna garante que a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada está disponível para encontrar junto do Governo Regional uma solução que passe pela baixa das tarifas aéreas nos Açores.
Em concreto, diz que a entrada de mais companhias aéreas nas rotas para os Açores aumentaria a disponibilidade de lugares além de poder potenciar a descida de preços praticados, mesmo que através de campanhas promocionais. De momento, nada impede as companhias “low cost” de prestarem serviço nos Açores, no entanto subsistem determinados requisitos de serviço público que praticamente tornam a sua vinda inviável.