Entre protestos e festejos, Donald Trump toma posse na sexta-feira

donald-trumpO Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, toma posse na sexta-feira numa cerimónia pública junto ao Capitólio, em Washington, sob o olhar atento de uma multidão dividida entre o fervor dos apoiantes e os receios dos críticos.

Centenas de milhares de pessoas são esperadas na capital federal norte-americana para assistir à cerimónia de tomada de posse e aos festejos associados (incluindo bailes de inauguração), mas também para participar numa grande manifestação, intitulada Marcha das Mulheres, agendada para sábado.

Fontes oficiais anteveem que entre 800 mil a 900 mil pessoas estarão em Washington na sexta-feira para assistir à cerimónia que assume o controlo da cidade, com fortes condicionamentos na circulação de pessoas, carros e transportes públicos. Cerca de 28.000 elementos das forças de segurança estão destacados para os próximos dias.

Estas estimativas vão ao encontro dos números alcançados na cerimónia de tomada de posse do segundo mandato de Barack Obama em 2013, mas longe dos 1,8 milhões de pessoas que assistiram, em 2009, ao discurso de inauguração do primeiro Presidente afro-americano.

Mais difícil de prever é a possível adesão ao protesto agendado para sábado, mas os organizadores da marcha afirmaram que são esperadas cerca de 200 mil pessoas, entre elas várias celebridades de Hollywood e da música americana, como Amy Schumer, Scarlett Johansson, Katy Perry, Cher, Julianne Moore ou Frances McDormand. Já para atuar na cerimónia e em eventos associados à inauguração, poucos foram os artistas que manifestaram interesse em participar.

Outras 150 marchas associadas a esta iniciativa estão previstas nesse mesmo dia nos Estados Unidos e no mundo, incluindo em Portugal.

A cerimónia começa às 09:30 locais (14:30 em Lisboa) e a tomada de posse está amrcada para as 12:00 (17:00 em Lisboa).

As ausências na cerimónia de tomada de posse de Trump também estão a ser notícia e a assumir contornos inéditos.

A poucos dias do evento, continua a crescer a lista de congressistas democratas que dizem que não vão estar presentes na cerimónia, algo inédito na história contemporânea dos Estados Unidos. Na terça-feira à tarde, mais de 50 congressistas democratas planeavam boicotar a cerimónia, defendendo que o multimilionário republicano é uma ameaça para a democracia.

As recentes críticas de Trump ao congressista afro-americano pela Georgia John Lewis, um veterano da luta pelos direitos civis que questionou a legitimidade do magnata do imobiliário para ser o próximo Presidente dos Estados Unidos, ajudaram a intensificar esta onda de protesto entre os democratas.

Confirmada na cerimónia está a presença tradicional de vários ex-Presidentes e das respetivas primeiras-damas: Bill Clinton e a candidata democrata presidencial Hillary Clinton, o antigo casal presidencial George W. Bush e Laura Bush e Jimmy Carter e a sua mulher Rosalynn.

Por motivos de saúde, o ex-Presidente George H.W. Bush, de 92 anos, não estará na cerimónia.

O discurso de inauguração — uma tradição lançada em 1789 por George Washington (primeiro Presidente) – é sempre encarado como um importante ponto de partida para qualquer Presidência e chegou a definir alguns dos homens que ocuparam a Sala Oval (gabinete presidencial).

Foi neste discurso que John F. Kennedy (1961) declarou que “a tocha foi passada a uma nova geração de americanos” e lançou um repto: “Não perguntes o que a teu país pode fazer por ti. Pergunta o que tu podes fazer por ele”. Este discurso apresentou Kennedy como a figura de uma mudança geracional que definiu a década de 1960 nos Estados Unidos.

Um dado revelado nas últimas horas é que Trump prestará juramento, como o 45.º Presidente dos Estados Unidos, usando duas Bíblias: a sua, oferecida pela sua mãe, e a que o ex-Presidente Abraham Lincoln usou na sua posse, há 150 anos.

Outro dado publicado nos últimos dias revelou que Donald Trump é, nos dias que antecedem a tomada de posse, o Presidente eleito mais impopular em 40 anos, com apenas 40% de opiniões favoráveis.

 

Lusa

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