O Secretário Regional do Turismo e Transportes afirmou hoje que a Escola de Formação de Marítimos dos Açores, a instalar na cidade da Horta, vai apostar na captação de formandos “não só da Região mas também de outras paragens, nomeadamente dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)”. Vítor Fraga, que falava aos jornalistas no final de uma visita às instalações da antiga Estação Radionaval da Horta, onde será instalada a nova escola, considerou o projeto de “extrema importância” para o Faial e para a Região, na medida em que “vai contribuir ativamente para a afirmação da vocação marítima dos Açores, quer no contexto europeu, quer no contexto internacional”. “Temos aqui boas condições e uma boa base de trabalho” para se lançar um projeto marcante, afirmou Vítor Fraga, adiantando que este projeto irá assentar sobretudo na requalificação das infraestruturas onde funcionou até janeiro a Estação Radionaval da Horta.
Para o Secretário Regional, o espaço possui “condições tanto para a parte pedagógica, para a parte letiva, como também para a parte de alojamento”. Vítor Fraga salientou que, ao abrigo de um protocolo celebrado com o Ministério da Defesa, as instalações que foram utilizadas pela extinta Estação Radionaval da Horta passarão para a Região “no momento em que a infraestrutura que está a ser criada em São Miguel esteja concluída”. “Estamos a tratar da parte legislativa para a formação da escola, seguir-se-á a constituição de uma comissão instaladora para a mesma, e, a partir daí, passaremos para a parte das infraestruturas, sendo que ao nível pedagógico e dos cursos curriculares que aqui serão ministrados esse trabalho já está a ser desenvolvido”, frisou. Para Vítor Fraga, este é “um projeto estruturante” para a economia do Faial e dos Açores, uma vez que permitirá “formar pessoas em várias áreas no domínio do Mar, em profissões em que hoje há carência no mercado, possibilitando assim que a Região fique bem dotada de meios humanos para os grandes desafios que o futuro apresenta a este nível”. O Secretário Regional referiu que esta é também “uma aposta muito importante ao nível da União Europeia”, razão pela qual “há que potenciar e tirar o maior partido” daquilo que os Açores possuem, do conhecimento e da tradição da Região.
Relativamente ao custo do investimento, Vítor Fraga disse ser “prematuro” avançar com números, mas referiu que o Governo espera poder contar com financiamento comunitário, já que o projeto enquadra-se “perfeitamente” naquilo que a Europa define para o próximo Quadro Comunitário de Apoio 2014-2020. “Neste momento, o importante é desenvolver a formação da escola e, por outro lado, elaborar os projetos de requalificação dos edifícios”, afirmou, acrescentando, no entanto, que “o mais importante deste projeto não tem a ver com construção civil, nem com betão. Tem a ver com a essência, que é formar pessoas”.