Num comunicado enviado à comunicação social, as direções dos estabelecimentos de ensino referem-se às “repetidas notícias sobre fome nas escolas” dos Açores, lamentando e estranhando que, “periodicamente, de uma forma ligeira” surjam estas denúncias, “quando não se ouve quem diretamente está envolvido no dia-a-dia da comunidade escolar”.
“As escolas, cientes da realidade onde se inserem, além de desenvolverem ao longo do ano escolar projetos ligados, entre outras áreas, à saúde e alimentação, têm procurado, dentro das medidas das suas responsabilidades e num sentido cívico, contornar as adversidades que a nossa comunidade vivencia”, lê-se no comunicado.
Segundo os conselhos executivos destas 19 escolas, “os corpos docentes e não docentes têm vindo há muito a agir no sentido de garantir que ninguém, qualquer que seja o seu escalão de apoio, passe fome nas escolas”, sublinhando que “sempre” que “se constata que qualquer aluno, independentemente do motivo que subjaz à carência, necessita de apoio nesta área, são despoletados os mecanismos necessários para que a situação seja ultrapassada, nomeadamente através da ação da equipa multidisciplinar, contato com os assistentes sociais da área ou outros meios implementados por cada uma das unidades orgânicas”.
Por outro lado, lembra o texto que atualmente as escolas dos Açores servem “diariamente pequenos-almoços, lanches e, em média, mais de 35.000 refeições quentes” a alunos de diferentes escalões de apoio social escolar.
“Em muitas das nossas escolas, os seus responsáveis têm dotado as mesmas com alguns equipamentos de modo a garantir, igualmente, que outros alunos tenham, em alternativa, meios de garantir uma refeição quente”, acrescenta o texto.
“Estranhamos pois que, periodicamente, de uma forma ligeira, surjam notícias de fome nas escolas, quando não se ouve quem diretamente está envolvido no dia-a-dia da comunidade escolar. Com estas notícias lançam-se, por outro lado, suspeitas sobre as classes docente e não docente e órgãos de gestão da região de não agirem de forma humana, o que os signatários rejeitam frontalmente”, conclui o comunicado.
Lusa