“Esforço de diálogo” dos Açores nem sempre tem resposta célere de Lisboa – Vasco Cordeiro

O presidente do Governo açoriano destacou hoje o “esforço de diálogo” com a República, lamentando que nem sempre as respostas tenham “a celeridade” desejada, e considerou que Cavaco Silva poderia ter abordado “problemas” mais imediatos no 10 de Junho.

 “Não tenho especiais comentários a fazer em relação ao discurso do senhor presidente da República. Naturalmente que a agricultura é um setor fundamental no nosso país, sendo certo que existem também outros problemas de natureza política mais imediata que interessaria talvez ver abordados, mas também não me vou alongar nesta matéria em comentários” afirmou Vasco Cordeiro, aos jornalistas, comentando o discurso de Cavaco Silva nas comemorações do 10 de Junho, que ocorreram na segunda-feira em Elvas.

Quanto ao discurso do Representante da República para a Região Autonoma dos Açores, Pedro Catarino, que apelou ao espírito de diálogo e de concertação entre os órgaõs de governo da República e da região, Vasco Cordeiro frisou que esta tem sido a prática do seu executivo, lamentando, porém, que “por vezes” não surjam as respostas com “a celeridade” desejável. “O ponto de partida do relacionamento que temos com o Governo da República, com as autarquias locais, com qualquer outra entidade é o esforço de diálogo e de concertação, não confundindo, mas também não me parece que tenha sido esta a intenção do senhor Representante da República, com qualquer tipo de tibieza na defesa dos interesses dos Açores”, sublinhou Vasco Cordeiro, instado a comentar o discurso de Pedro Catarino, na cerimónia comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em Angra do Heroísmo.

Porém, no entender do presidente do Governo Regional, esse “esforço de diálogo” com o Governo da República nem sempre tem resposta com a celeridade desejada.

Vasco Cordeiro referiu-se ao caso concreto da questão das obrigações de público de transporte aéreo que “permitirão baixar as passagens aéreas que está há mais de um ano à espera de uma resposta” e a questão do navio Atlântida, encomendado pelo executivo açoriano aos estaleiros navais de Viana do Castelo e rejeitado em 2009, estando “as verbas por pagar à região”. “Nestes casos, aos nossos esforços de diálogo não tem correspondido a celeridade que gostaríamos de ver da parte do Governo da República”, afirmou.

Na sexta-feira, o autarca socialista de Viana do Castelo anunciou ter pedido uma audiência ao presidente do Governo Regional dos Açores para “discutir” o futuro do “Atlântida” e dos estaleiros navais do concelho. Questionado pelos jornalistas, Vasco Corderio disse que “ainda não recebeu qualquer indicação” para a reunião com o autarca de Viana do Castelo, mas garantiu uma resposta quando este pedido chegar.

 

Lusa

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here