Esplanadas para “fintar” lei do tabaco

Com a nova lei do tabaco, que entrou em vigor a 01 de Janeiro, passou a ser proibido fumar nos espaços públicos, locais de trabalho, unidades de saúde, estabelecimentos de ensino e locais como museus, centros comerciais, aeroportos e meios de transporte.

    Nos restaurantes, as excepções estão condicionadas à dimensão dos locais e à criação de espaços próprios para fumadores devidamente sinalizados e separados fisicamente das restantes instalações ou com dispositivos de ventilação e sistema de extracção de fumo directamente para o exterior.

    À Agência Lusa, Ana Jacinto, da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), referiu que também devido ao “clima propício” há muito que esta “temática” está na agenda da entidade, que tem procurado estabelecer protocolos com as autarquias.

    Esses protocolos servem para minimizar as burocracias e os custos associados à ocupação da via pública para esplanadas que muitas vezes acabam por ser obstáculos para um “sector que há muito vive dificuldades”.

    Existe já um protocolo com a autarquia de Santarém, tal como a “compreensão” de alguns presidentes de câmara para a “dinamização” conseguida para os locais através da colocação de esplanadas.

    A secretária-geral adjunta da AHRESP sublinhou ainda que estes espaços deverão ter sempre a preocupação com a qualidade, nomeadamente visual.

    Em Belém (Lisboa), na esplanada À Margem, limita-se a vista para o rio Tejo em dias de muito vento em nome do conforto. As mantas distribuídas para quem quer ficar cá fora acabam por ajudar.

    A responsável pelo bar/esplanada, Ana Bernardino, explicou que inicialmente o espaço era para fumadores, mas que acabou por se limitar o fumo à esplanada. Um “certo atrito” inicial acabou vencido pela “compreensão”.

    A fácil transição do espaço fechado para a esplanada e as mantas convencem quem quer fumar.

    As reservas ainda existentes de frequentar as esplanadas no Inverno serão ultrapassadas e “daqui a 10 anos deverá ter-se tantas esplanadas” como nas outras cidades europeias, anteviu Ana Bernardino, notando que “só há pouco tempo culturalmente” é que se começou a adoptar mais os espaços ao ar livre.

    E se os portugueses ainda continuam de casaco vestido e enrolados na manta, os estrangeiros sentam-se de ‘t-shirts’ ou camisolas de alças, acrescentou ainda, referindo-se aos hábitos criados conforme o clima do país em que se vive.

 

in  Lusa/AOonline

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