Estação Rádio Naval da Horta encerrou hoje

A Estação Rádio Naval da Horta fechou oficialmente esta segunda-feira as suas portas, apesar do protesto das autoridades locais, algumas das quais recusaram participar na cerimónia de encerramento. 

“É um encerramento que continua a merecer o nosso protesto, porque os alegados motivos financeiros, nunca foram devidamente explicitados”, explicou João Fernando Castro, presidente da Câmara Municipal da Horta.

O autarca socialista não esteve presente na cerimónia de encerramento da estação, embora se tenha feito representar por um vereador do município.

Já os deputados do PSD à Assembleia Legislativa dos Açores, Costa Pereira e Luís Garcia, também convidados pela Marinha, recusaram participar no encerramento da estação, por entenderem que a cerimónia representava um “sinal de capitulação” perante um processo que sempre discordaram.

Ao fim de 84 anos de atividade, a Estação Rádio Naval da Horta foi desativada, segundo explicou o comandante naval, vice-almirante Monteiro Montenegro, devido à “modernização das comunicações da Marinha” e ao processo de “racionalização” de custos.

O comandante naval explicou que a Estação Rádio Naval da Horta era a última das três que a Marinha chegou a ter nos Açores e sublinhou que a cerimónia de encerramento, “simples no aparato”, continuava a ser “relevante” para os militares que agora abandonavam o local.

A Estação Rádio Naval da Horta, instalada a 30 de julho de 1928, chegou a ter 86 militares a trabalhar em permanência na ilha do Faial, acompanhados das respetivas famílias, embora o contingente atual não chegasse aos 20 homens.

Com a saída da Marinha do Faial, ficam devolutos seis blocos de apartamentos com três pisos cada e vários edifícios de comunicações que foram construídos num dos locais mais privilegiados da cidade da Horta.

De acordo com um protocolo assinado em 2009 entre o Governo dos Açores e a Marinha, os imóveis serão cedidos pelo prazo de 30 anos à região, em troca dos terrenos que o executivo cedeu ao Estado em São Miguel, para instalar o futuro centro de comunicações.

Fonte da Presidência do Governo Regional disse à Lusa que os edifícios da Rádio Naval serão ocupados pela Escola de Formação de Marítimos, que a região quer criar, em parceria com o IPTM (Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos) e, eventualmente também, os servidos da RTP na Horta.

 

Lusa

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