Para o líder do PSD/Açores, Duarte Freitas, “aquilo que há de verdadeiramente novo nestes 100 dias, é uma predisposição da oposição, nomeadamente do PSD dos Açores, para colaborar com o Governo regional”.
“O PSD/Açores não tem qualquer responsabilidade na crise económica e financeira e social que os Açores vivem, mas apesar disso, responsavelmente, tenta ajudar o Governo regional a poder atenuar os problemas que os açorianos vivem”, disse.
Duarte Freitas reconheceu que o executivo de Vasco Cordeiro “tem demonstrado também vontade de dialogar” pelo que “não vai ser por causa do PSD/Açores que o Governo não vai ter todas as condições para tentar corrigir os problemas” da região.
O líder do PSD/Açores afirmou ainda que “não se podem retirar conclusões” relativamente a 100 dias de Governo, apontando apenas “alguns erros” a nível da orgânica, como “alguma macrocefalia” na vice-presidência “que suga competências e verbas” e poderá criar problemas de “eficácia na governação”. Criticou ainda a extinção da secretaria Regional da Economia, “num momento de gravíssima crise”, e o desaparecimento do mar na organização do Governo.
Para o líder parlamentar do CDS/PP nos Açores, Artur Lima, o “estado de graça do Governo regional socialista acabou” e é preciso que o executivo atue para fazer face a “uma herança pesada”.
Existe “uma série de problemas que não consegue resolver, não consegue dar resposta, nomeadamente na queda abrupta do turismo e nos cortes que tem feito na área da saúde”, referiu Artur Lima.
Já a dirigente bloquista, Zuraida Soares, considerou que o atual Governo regional “está longe de estar em estado de graça” porque não está a cumprir o que prometeu em campanha eleitoral.
A principal destas promessas era a de que o Executivo regional seria “uma barreira contra a austeridade estipulada pelo Governo da República, contra a morte do tecido económico e empobrecimento generalizado”, recordou.
Apesar de considerar que cem dias “é pouco” para avaliar o desempenho do Governo regional, o deputado comunista, Aníbal Pires, regista o que considera ser “uma mudança de estilo, designadamente no relacionamento do presidente do Governo com os partidos políticos da oposição”.
“Tem demonstrado vontade de dialogar e encontrar plataformas de entendimento em diferentes áreas, mas no que toca ao resto é ainda muito cedo para uma avaliação rigorosa”, disse Aníbal Pires, lembrando que o plano e orçamento regional só será discutido e votado no plenário de março e “só aí se perceberá as opções políticas deste Governo”.
Também o deputado do PPM, Paulo Estêvão, destaca diferenças no relacionamento do atual presidente, face ao antecessor, com os partidos políticos e agentes sociais, por considerar notória uma “maior propensão para o diálogo”.
“Falta saber se este espírito de diálogo tem depois uma projeção real no âmbito das propostas e projeções orçamentais que serão feitas”, salientou.
Lusa