Estaleiros de Viana estão a fazer “tudo” para entregar navio

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A Empordef garantiu esta terça-feira que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) “estão a fazer tudo o que está ao seu alcance para dotar a Região Autónoma dos Açores com o navio” Atlântida.
No entanto, escusou-se a avançar se o navio será entregue na data prevista e se atingirá a velocidade contratualizada.

“O processo está em curso, pelo que é prematuro fazer qualquer comentário”, refere, em documento enviado à Lusa, a Empordef, holding das indústrias de defesa portuguesas.

 

Na segunda-feira, realizou-se uma reunião com as várias partes envolvidas, para analisar e encontrar soluções para os problemas técnicos que têm atrasado a entrega daquele navio e que já levaram mesmo o Governo dos Açores a admitir que poderá rescindir o contrato com os ENVC.

 

Em meados de Março, os ENVC garantiram, em comunicado, que o navio, destinado ao transporte de passageiros e viaturas entre as ilhas dos Açores, seria entregue a tempo de realizar a sua primeira viagem na data aprazada [13 de Maio], “em perfeitas condições de segurança”, “devidamente certificado” e com uma velocidade “dentro dos limites fixados no contrato”.

 

Agora, a Empordef apenas garante que “os ENVC estão a fazer tudo o que está ao seu alcance para dotar a Região Autónoma dos Açores com o navio contratado”.

No dia 01 de Abril, o secretário regional da Economia dos Açores disse aguardar um relatório sobre os testes de mar ao navio “Atlântida”, para determinar se o Governo rescinde o contrato com os ENVC.

 

Vasco Cordeiro lembrou que os resultados das provas de mar “não satisfazem os termos do contrato”, na medida em que o navio não conseguiu atingir 19 nós de velocidade, como exigia o caderno de encargos.

“Aguardamos o relatório definitivo dessas provas, a emitir, em breve, pela entidade classificadora”, explicou o governante, adiantando que só depois disso o Governo irá tomar uma posição sobre o assunto, que pode passar, nomeadamente, pela rescisão do contrato.

 

Em relação ao problema da velocidade, os ENVC esclareceram, em Março, que resultam de um “defeito de fabrico de elementos do sistema de comando dos motores, fornecido pela SIEMENS, que o fabricante se comprometeu a substituir urgentemente”.

Em finais de Março, uma fonte ligada à construção do navio disse à Lusa que, depois de três dias de testes, o máximo que o “Atlântida” conseguiu alcançar foi 16,5 nós, o que significa 85 por cento da potência pretendida.

 

O navio recebeu um reforço na sua estrutura e viu aumentado o calado, o que o tornou mais seguro mas, por outro lado, também mais lento.

A velocidade é uma das exigências fundamentais do caderno de encargos do “Atlântida”, uma vez que o contrato determina que o dono do navio não é obrigado está a recebê-lo se ele não atingir, pelo menos, 18 nós.

 

 

 

 

LUSA

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